Para quem não pode ir – Sob o sol da Toscana

Filme produzido em locações sempre é bem-vindo. Diretor e equipe de apoio, fotógrafos, produtores, precisam caprichar mais e além disso, ficarem atentos aos detalhes e descobrir pequenas alegorias, aqui e ali, na paisagem, na arquitetura e mesmo no trabalho dos atores para decorar os filmes como se fossem uma obra de arte.

Sob o Sol da Toscana, que estréia hoje, é de uma diretora desconhecida, Audrey Wells, mas, sendo ela natural de São Francisco, estudou em Berkeley com pós graduação na UCLA, parece ser preparada para o desafio. Ainda mais considerando-se que Wells também escreveu o roteiro, o que ajuda posteriormente na direção.

Na verdade, o melhor do filme não são as belas imagens da região italiana e nem o belo elenco ou os diálogos, ou ainda a trama que pouco tem a ver com o livro, aliás, um sucesso que já vendeu 2 milhões de exemplares.

O melhor do filme é o trabalho dos atores desenvolvido pela Audrey Wells. Ela fez questão de escolher cada um dos personagens, fazendo prevalecer os artistas que soubessem usar suas emoções em cena, pois trata-se de um filme que explora com cuidado o terreno emotivo da mulher moderna e suas vicissitudes. “Escolhi os bem dotados emocionalmente para interpretar o papel a partir das próprias experiências.”

Ela própria tem empatia com os temas do filme: como o destino, a sorte e a autodeterminação, e afirma: “É engraçado como a vida dá voltas. Algumas pessoas estão destinadas a entrar na sua vida. Há um sincronismo funcionando e você sabe que está no caminho certo porque as coisas começam a acontecer para você. Isso não significa que não encontrará obstáculos. Mas ao lidar com esses obstáculos consegue saber se está ou não no caminho certo. A vida de Frances na Toscana é assim, afirma Wells.”

A trama é sobre a vida de Frances (Diane Lane), escritora de São Francisco, recém-divorciada, que está prestes a dar uma guinada radical, mas muito necessária. Tentando arrancar Frances da letargia do período pós-divórcio, a amiga Patti (Sandra Oh) lhe dá um presente que ela espera que ajude: uma viagem de dez dias pela Toscana, no coração da Itália. E é justo lá, sob o sol da Toscana, que o improvável acontece: Frances, num ato impulsivo, compra uma casa praticamente abandonada chamada “Bramasole” que significa “algo que anseia pelo Sol” e ao fazer isso, começa uma vida nova. A Toscana, seu mar de carrara, seu azeite e arte de Firenze sempre valem a pena. Mesmo que seja em filmes.

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