Os caminhos do ódio

No mundo inteiro, milhares de pessoas morrem diariamente em conseqüência do ódio religioso, do ódio nacional, do ódio étnico, do ódio de classes, do ódio político, do ódio pessoal. Exemplos recentes são os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos; a guerra no Iraque, na qual pereceram numerosas vidas inocentes; a violência entre israelenses e palestinos, e o atentado contra o prédio da ONU em Bagdá, que matou 20 pessoas, dentre elas o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello.

Mas como esse sentimento se desenvolve em um indivíduo ou em uma nação? Por que ele conduz às formas mais extremas de violência e crueldade com tanta freqüência? Para responder a todas essas questões, a M. Books publica no Brasil o primeiro livro a abordar o ódio com enfoque científico multidisciplinar. Escrito pelo jornalista Rush W. Dozier, Jr, Por Que Odiamos (300 págs., R$ 55) mostra como esse sentimento tem afetado o comportamento humano e determinado o curso da história.

Durante a última década, neurocientistas que estudaram o cérebro conseguiram montar um quadro da biologia do ódio. Em Por Que Odiamos, Dozier explora essas descobertas e também aborda o ódio e seu companheiro, o ódio-próprio sob perspectiva de uma grande variedade de disciplinas e campos de estudo, incluindo a psicologia, a biologia evolucionária, a arqueologia, a paleontologia, a história das guerras e a ascensão da civilização.

Conflitos

O livro examina ainda o relacionamento do ódio com conflitos por todo o mundo, bem como vasta gama de problemas que incluem tiroteios em escolas, provocações, violência na mídia, terrorismo pela internet, genocídio, racismo, sexismo, amor, casamento, sexualidade, violência no ambiente de trabalho, depressão, suicídio e distúrbios alimentares.

Segundo Dozier, o ódio é a “arma nuclear da mente”, e a mais sombria das emoções. “O ódio abala relacionamentos, destrói vidas, elimina a civilidade e a tolerância, distorce a mente das crianças, indefesas contra sua influência destrutiva, o que lhe permite reproduzir-se geração após geração. E, quando associado ao nosso extraordinário talento para elaborar ferramentas de precisão e eficiência máxima, o ódio se torna o poder mais destrutivo da Terra”, argumenta. E conclui: “O ódio é a mais terrível de todas as armas de destruição em massa, e precisamos encontrar um meio de desativá-la”.

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