Onde está Wally?

Cadê você, telespectador? Não, a audiência da TV não está perdida. Ao contrário, está por toda parte, dos aparelhos usados para o consumo de audiovisual aos canais com conteúdo de vídeo. O desafio é conhecer o comportamento e o tamanho da plateia de cada setor, do televisor ao tablet, passando por celular e notebook. Não importa que só 4% dos brasileiros vejam TV sob demanda e que 4% assistam a seus programas por DVR (gravação via operadoras de TV paga), como aponta estudo inédito do Ibope Media, ao qual o Estado teve acesso.

A questão é que os dados são potencialmente convergentes, e não excludentes. “Essa é a grande sacada!”, diz Juliana Sawaia, gerente de Learning & Insights do Ibope Media. “Você pode estar nos dois grupos, ou em até mais. O sujeito que vê uma novela no horário em que ela vai ao ar pode também agendar a gravação de outro programa e pode ver a série dele pela internet”, justifica.

Daí por que o Ibope se apressa em apresentar ao mercado publicitário um conceito de audiência comportamental. Daí também por que as redes sociais são usadas como indício, mas ainda não como regra final, na elaboração de estratégias para atrair o público.

Ainda assim, o estudo Social TV, do Ibope, acusa que 54% do público, hoje, navega na internet enquanto vê TV, e 46% dessa plateia admite que já trocou de canal ou ligou a TV influenciado pelas redes sociais.

Juliana ressalta que o estudo fala em “redes sociais”, não em “Twitter”, mas é na rede de microblogs, onde TV é o assunto mais comentado e a exposição de cada post acontece em tempo real, que profissionais do ramo mais têm bebido para se pautar.

Entusiasta do Twitter, Astrid Fontenelle admite já ter ligado a TV em função de algum comentário na rede e tem aquecido com êxito a audiência do Saia Justa ao se corresponder com fãs do programa do GNT na rede. “Sou cria dos programas ao vivo, desde o TV Mix, na Gazeta. E o que eu fiz foi levar essa vontade do ao vivo para as redes sociais”, diz. Durante a gravação, Astrid vai postando o que está em discussão no estúdio, e encontra eco surpreendente para uma cena que ainda nem chegou à tela.

“Adoro ver televisão comentando e desde o início do Twitter achei que aquilo era sensacional para isso”, acrescenta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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