O Zahir de Paulo Coelho tem lançamento mundial

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Paulo Coelho faz megalançamento
de seu livro.

São Paulo – Paulo Coelho é o homem dos recordes – a partir de hoje, quando as livrarias de todo o mundo receberem seu mais recente livro, O Zahir, seu nome vai ser associado a números impressionantes. A começar pela edição brasileira, sob a responsabilidade da Editora Rocco (320 páginas R$ 35): são 320 mil exemplares só na primeira fornada, a maior de todos os tempos. No mundo, serão comercializados, inicialmente, mais de 8 milhões de exemplares do livro, em 36 línguas e 60 países. Chamadas publicitárias de O Zahir serão veiculadas por grandes emissoras de TV (BBC e CNN, por exemplo), além de salas de cinema na Inglaterra e anúncios no metrô de Tóquio. E a largada foi dada no domingo, com o lançamento no Irã, país onde há mais edições piratas da obra de Paulo Coelho em todo o mundo (calcula-se que metade dos 4 milhões já vendidos).

?Espero não decepcionar as pessoas envolvidas nesse megalançamento, mas isso não me assusta porque as pessoas estão conscientes de seus riscos?, comentou o escritor hoje de manhã, em entrevista, desde sua casa na cidade de Saint Martin, aos pés dos Pirineus franceses, iniciando uma maratona de entrevistas. Mas não há nenhum temor em seu tom de voz – como se tornou hábito às vésperas de cada lançamento, Paulo Coelho revela-se confiante por acreditar ter escrito aquilo que realmente deseja exprimir e, mais importante, aquilo que seus fiéis leitores desejam ler.

E O Zahir reflete com precisão o atual momento de fama internacional vivido por Paulo Coelho. O livro tem, como principal personagem, um escritor que se consagra depois de percorrer o místico caminho de Santiago de Compostela, na Espanha e escrever uma obra a respeito do assunto. ?Todos os meus livros têm algo de autobiográfico, mas este, por ter um autor como protagonista, talvez seja o que mais me toca?, explica ele, que assume ter retratado, no romance, fatos que realmente viveu – como uma reunião de escritores acontecida em Mônaco e que aparece no final da história. ?É uma reflexão sobre mim mesmo, mas na qual não procurei enviar nenhum recado.?

A afirmação diz respeito ao já tradicional desprezo da crítica literária com que são recebidos os livros de Coelho. O assunto, aliás, é lembrado em diversos momentos de O Zahir, como quando o narrador afirma, com um tom de voz que certamente é o mesmo do escritor: ?Sou amado pelos leitores, odiado pela crítica.?

Coelho já se prepara para o ataque, especialmente dos críticos franceses que, segundo ele, são os que mais bombardeiam seu trabalho. A explicação é simples: a ameaça que os autores de best sellers representam contra o controle da opinião que esses críticos detêm. ?Um livro que vende muito dilui o poder da intelligentzia, obrigando-a a compartilhar informações, o que obviamente não agrada?, conta o escritor que, por isso mesmo, se recusa a cortar trechos da história, ou mesmo amenizá-los, de forma a abrandar o ataque. ?Veja o caso de Marc Levy, na França: quando fez um relativo sucesso, a crítica o adorava. Quando passou a vender muito, o mundo caiu em sua cabeça. Sou contra esse fascismo cultural.?

O que realmente interessa a Coelho é o leitor que, curiosamente, é formado em sua maioria por jovens e mulheres. ?É a parcela da população que realmente mais lê livros no mundo?, tenta justificar o escritor, ressaltando ainda que, a partir de suas palestras, nota um aumento na quantidade de homens. ?Mesmo assim, acredito que um escritor tem mais facilidade de encontrar uma identidade com seus leitores que, por exemplo, um músico – este, enquanto for jovem, vai estar na mesma sintonia que seu público, o que não acontece quando se torna mais maduro. Um escritor, por outro lado, tem uma vida útil mais longa e, ao refletir sobre sua própria juventude (como fiz em Veronika decide morrer), terá mais facilidade de comunicação.? Paulo Coelho também é colunista de O Estado, aos domingos, no caderno Almanaque.

Números do sucesso

8 milhões de exemplares é a tiragem mundial inicial de O Zahir, em 36 línguas e 60 países.

320 mil é a quantidade da primeira edição brasileira.

65 milhões de livros já foram vendidos por Paulo Coelho na carreira, traduzidos para 56 idiomas em mais de 150 países.

40 milhões de reais a cada ano, aproximadamente, é o que fatura o escritor.

120 milhões de reais é a estimativa de sua fortuna pessoal.

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