O charme matuto de Aisha

A atriz Aisha Jambo é a primeira a admitir que o seu nome não é lá muito comum. Mesmo assim, reconhece, ele tem tudo a ver. Essa bela morena, jambo como o próprio sobrenome, ainda estava na barriga da mãe, dona Vanja, quando o pai, seu Jolt, um húngaro residente no Brasil há 20 anos, já havia escolhido o nome da filha: Aisha. Em árabe, “vida”. Aos 19 anos, Aisha Jambo esbanja mesmo vitalidade ao falar de seu mais novo trabalho na tevê: a novela Cabocla.

No “remake” de Benedito Ruy Barbosa, Aisha interpreta a sestrosa Ritinha, a mucama de estimação da família do Coronel Boanerges, personagem de Tony Ramos. Apesar do jeitinho tímido e brejeiro, Ritinha vira a cabeça de três homens da trama: Nastácio, Chico e Zaqueu, personagens de Cosme dos Santos, Cláudio Galvan e Alexandre Rodrigues. “Qualquer uma ficaria lisonjeada, não? A gente sempre gosta de ouvir elogios…”, afirma.

Quando não está arrancando suspiros dos marmanjos de Vila da Mata, Ritinha está ajudando Belinha, personagem de Regiane Alves, a se encontrar às escondidas com Neco, de Danton Mello. Para tanto, é capaz até de envolver Nastácio em suas “armações”. “A Ritinha nunca deu trela para ele. Mesmo assim, os dois são cúmplices nas escapulidas de Belinha. Quando precisa, ela sabe jogar seu charme para cima do Nastácio”, provoca. Tanta cumplicidade, porém, tem razão de ser. Afinal, Ritinha e Belinha cresceram juntas, como irmãs. Ela só não é muito amiga é dos afazeres domésticos. Sempre que pode, arranja um jeito de empurrar o serviço de casa com a barriga. “Ela faz o que tem de fazer às pressas porque está sempre querendo saracotear na rua”, defende.

Vida rural

A exemplo de boa parte do elenco feminino da novela, Aisha também passou 20 dias em um haras em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, onde aprendeu a andar a cavalo, ordenhar vaca e ainda teve noções de costura, bordado e tapeçaria. No quesito culinária, Aisha revelou-se uma das mais prendadas do grupo. Ao contrário de Vanessa Giácomo e Maria Flor, as intérpretes de Zuca e Tina, respectivamente, que não sabem sequer fritar um ovo, Aisha é daquelas cozinheiras de forno e fogão. “As meninas cozinhavam e os meninos comiam. Fiz um bolo de laranja que todo mundo adorou”, alardeia. O universo campestre também não é novidade para Aisha, que passou um ano em Florianópolis, Santa Catarina, entre 1994 e 95. Lá, andava descalça, subia em árvore, pegava goiaba no pé… “Foi um excelente laboratório que fiz sem saber”, ri.

O “remake” de Cabocla é o primeiro trabalho de Aisha na tevê desde que saiu de Malhação em março de 2003. O máximo que conseguiu, entre um trabalho e outro, foi fazer teste para a série Cidade dos Homens. Mas em dezembro do ano passado, Aisha recebeu um telefonema que garantiria trabalho para 2004. “O convite veio em muito boa hora. Afinal, tenho contas a pagar. Foi um ótimo presente de Natal”, festeja. Enquanto não surgiam novos convites, Aisha tratou de retomar os cursos que deixou inacabados por conta de Malhação. O de violino foi um deles. A atriz estuda o instrumento há quatro anos. “Ainda sou muito nova para ficar agoniada pensando no amanhã. Além do mais, ficar agoniada só pioraria a espera”, raciocina.

De volta ao batente, Aisha admite estar trabalhando muito. Toda semana, ela divide seu tempo entre as cenas de estúdio, gravadas no Projac, na zona oeste do Rio, e as externas em Bananal, no interior de São Paulo. “A gravação é puxada, mas o clima nos bastidores compensa qualquer ralação. O elenco é muito gente boa”, enfatiza. O mais “gente boa” de todos, elege Aisha, é Tony Ramos. Logo no primeiro dia de gravação, o veterano reuniu os colegas menos experientes de profissão para avisar-lhes que estava ali para ajudá-los no que fosse possível. Em seguida, desejou boa sorte a todos. “Puxa, só de estar contracenando com eles já aprendo pra caramba. Você acaba se esforçando para dar o melhor de si em todas as cenas que grava”, garante ela.

Tudo ao mesmo tempo

Se Aisha Jambo tivesse vocação para futebol, ela seria daquelas que jogaria nas onze. A moça canta em coral, toca violino, pratica acrobacia aérea, joga capoeira, dança balé… “Estou sempre inventando uma coisa diferente para fazer”, brinca.

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