Novos CDs lembram os ritmos dos anos 80

Dois novos títulos de CDs acabam de chegar às lojas da Livrarias Curitiba, que atua nos três estados do Sul. Como um revival dos bons tempos, o Almanaque dos Anos 80 Nacional e Almanaque dos Anos 80 Internacional deve fazer muita gente voltar ao passado e lembrar os ritmos das noites em danceterias e pistas de dances do Brasil afora. Cada um deles custa R$ 19,90.

O primeiro traz logo de cara os sons que falaram mais alto no fim do regime militar, ou que berraram mais alto, como fez Celso Blues Boy no refrão de Aumenta que isso aí é rock?n?roll, que ecoa até hoje nos shows do guitarrista.

A trilha nacional do CD faz um passeio por alguns emblemas da década. Tem Erva venenosa, do Herva Doce, o primeiro grupo da safra oitentista a lançar um LP, no início do segundo semestre de 1982. Um mês depois saía o disco de estréia de um rolo compressor. A Blitz, que está presente com a música Betty Frígida.

De Brasília, participam duas bandas importantes: Plebe Rude com seu hino Até quando esperar, e, da praia do underground, Finis Africae. Tem outro grupo que também nasceu na capital, mas se consagrou no Rio: Paralamas do Sucesso. O presente para os fãs é Cinema Mudo, terceiro sucesso do LP de estréia, que não costuma dar as caras em coletâneas e que há muito tempo não entra no set list dos shows.

Este Almanaque genuinamente nacional (e roqueiro) também traz a irreverência que costurou o pop nos anos 80: Ultraje a Rigor, Biquíni Cavadão e Magazine. Todos com músicas de seus discos de estréia, lançados na primeira metade da década. Inclui ainda o estouro nacional Primeiros erros (chove), de Kiko Zambianchi, e a deliciosa Babilônia, da banda carioca Kongo, que teve uma execução nas rádios tão efêmera quanto injusta em 1987.

E não podia faltar Rita Lee, eterna musa do rock brasileiro, responsável por enfileirar um hit atrás do outro nos anos 80. Como Flagra, de 1982, da abertura da novela Final Feliz naquele escurinho do cinema. Medalhão por medalhão, Paulo Ricardo também tem seu posto cativo na década, com a música Agora eu sei.

Embalos internacionais

A música gringa dos anos 80 foi uma salada de ritmos, vozes e mensagens. Em alguns casos, a mensagem era justamente não ter mensagem. E a trilha internacional do Almanaque anos 80 torna possível a curtição dessa mistureba pra lá de saudável, que naquela década fazia a gente rir de alegria e chorar de pura fossa.

Basta embarcar no clima do clássico De volta para o futuro, voltar no tempo e aumentar o som para ouvir a primeira faixa, The power of love, tema do filme que cultuou Michael J. Fox.

A década do pop romântico é também a década de new wave. Prova disso é Head Over Heels, que as californianas do grupo The Go-Go?s gravaram em 1984. No mesmo ano, os Scorpions fizeram muita gente dançar coladinho ao som da melosa Still loving you.

Mesmo que não se soubesse muito bem o que as letras diziam, a gente cantava. Ou pelo menos tentava. E, muitas vezes, dançava pulando, pulava dançando… Se a pista ficava vazia na hora da música lenta, ela lotava nos primeiros acordes de canções animadas como Notorious, sucesso de Duran Duran, e Wild Wild Life, do Talking Heads. Ou com Karma Chameleon, cantada pelo exótico Boy George. O camaleão David Bowie levava a sério essa história de convocar a turma para dançar com Let?s Dance. Os metaleiros também têm espaço no Almanaque Anos 80 Internacional.

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