No universo ?teen?

Eliete Cigarini não pensava em ser atriz. Com 18 anos, ocupava um cargo em uma multinacional e pretendia seguir carreira na empresa. Mas para acompanhar uma amiga, foi conhecer um curso de teatro. ?Acabei me integrando rapidamente e a criatividade aflorou?, conta. A atriz começou em campanhas publicitárias e no programa Saúde, que apresentou na TV Cultura por seis anos. Depois vieram novelas no SBT, como Éramos Seis e Antônio Alves, O taxista e Laços de Família, na Globo, além da protagonista Camila, na pouco comentada Roda da Vida, da Record. Atualmente ela está no ar em dois horários da emissora. Na reprise de Louca Paixão, em que viveu a carcereira Aracy, e em Alta Estação. Na novela ?teen? ela interpreta Bianca, uma mulher que, depois de muitos anos casada, descobre que não tem maiores afinidades com o marido. ?O bom dessa profissão é poder trabalhar em áreas bem diferentes?, avalia a atriz, que ainda trabalhou em campanhas políticas e locução de comerciais.

P – Nesta retomada da produção dramática da Record, você já tinha sido convidada para participar de outras novelas ou Alta Estação foi a primeira investida da emissora?

R – Já rolava um namoro entre mim e a emissora faz tempo. O meu nome já tinha sido cogitado para outros projetos, mas as coisas não se concretizavam. Mas desde que eles começaram a pensar na idéia de fazer Alta Estação, já me avisaram que haveria um personagem para mim. Sempre estive em contato com os responsáveis, principalmente com o Eduardo Menga, diretor de elenco da emissora.

P – Integrar uma novela praticamente composta apenas por novatos lhe causa algum desconforto?

R – Meu olho cresceu quando a Record começou a investir de maneira tão ampla na teledramaturgia e acho que esse projeto é desbravador. A idéia de iniciar alguma empreitada sempre me agradou. Foi assim também quando, em 1994, o Nilton Travesso me levou para o SBT para fazer Éramos Seis. Tenho afinidade com o público jovem e gosto da idéia de poder desenvolver temáticas que possam ajudá-lo de alguma maneira. A gente contribui para a formação e a educação do país. A autora Margareth Boury aborda conflitos que atormentam os jovens usando uma linguagem com a qual eles se identificam. Isso só pode fazer com que a novela dê certo.

P – Você ficou um bom período longe das novelas. Por quê?

R – Durante os três anos que não atuei em novelas – apesar de ter feito algumas participações -, tive minha filha e entrei na faculdade de Letras, que sempre sonhei em cursar. Percebi também que em alguns momentos tinha dificuldade em saber o que realmente queria fazer. Mas quando me tornei mãe, vi que era o momento de me dedicar a uma vida acadêmica e agora, que me preparo para viver os conflitos de minha personagem na novela, entro no último semestre da faculdade. Estou feliz porque acho que vai dar para conciliar tudo.

P – Com o investimento de várias emissoras em novelas, você vê melhores perspectivas para os atores?

R – Há mais possibilidades de mostrarmos nosso trabalho. Mas a cada ano formam-se novos atores. O mercado teria de se ampliar muito mais para absorvê-los. No caso da tevê, as produções estão centralizadas no Rio de Janeiro. Há um grupo de atores muito bom em São Paulo, mas eles acabam não tendo oportunidade. Quem tem facilidade para circular no eixo Rio-São Paulo, tudo bem. Mas muitos não têm e não conhecem o caminho das pedras para atingir isso.

P – Você já fez novelas no SBT, na Record e na Globo. Qual foi a que mais lhe marcou?

R – O que traz notoriedade é a sucessão de trabalhos. Meu termômetro é o público e as pessoas me abordam por diferentes novelas, não só por causa de Laços de Família. É claro que não posso negar a força do Ibope da Globo. Isso é marcante para o sucesso de uma personagem. Mas as pessoas ligam minha imagem ao conjunto de trabalhos que fiz. 

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