Mundo festeja amanhã o Dia do Rock

No dia 13 de julho de 1985, foi promovido o Live Aid, festival que reuniu artistas como Mick Jagger, Tina Turner, Madonna, David Bowie, Sting, Eric Clapton, Paul McCartney, Robert Plant, U2 e Ozzy Osbourne – entre outros. O festival foi realizado simultaneamente em Londres e Filadélfia. A renda dos dois shows, vistos por 170 mil pessoas, foi destinada às pessoas que passavam fome na Etiópia. A partir dessa data, o dia 13 de julho tornou-se o Dia Mundial do Rock.

A rebeldia jovem existe desde que o mundo é mundo. Mas a trilha sonora para essa rebeldia surgiu nos anos 50, quando a mistura do country americano com o blues negro começou a ser tocada em rádios dos EUA por Alan Freed, o DJ pioneiro em música jovem, que a batizou com o nome de rock?n?roll. Ambígua, a expressão pode significar “divirta-se”, “deite e role” ou ainda “transe para valer”.

Esse híbrido evoluiu para o som rockabilly, que embalava os jovens de cabelos brilhantinados e com topete dos anos 50. Nessa época surgiu o ex-caminhoneiro Elvis Aaron Presley, que reinou absoluto até a explosão da beatlemania e a escalada dos Rolling Stones. O estilo passou ainda pelas roupas coloridas e extravagantes dos hippies, pelos protestos estudantis e políticos de maio de 68, e chegou ao auge nos grandes festivais como Monterrey Pop e Woodstock, que imortalizaram lendas como Jimi Hendrix e Janis Joplin.

O flower power deu lugar à agressividade punk rock do final dos anos 70, tendo como carro-chefe a banda inglesa Sex Pistols. Ficou mais light com a “new wave” dos anos 80 e reassumiu o seu lado garagem nos anos 90 com o grunge capitaneado pelo Nirvana, e continua fazendo história com suas várias vertentes até hoje.

O que no início era apenas um ritmo para dançar e namorar, acabou virando comportamento, estilo de vida, e foi incorporado pela indústria do entretenimento como uma das maiores manifestações artísticas do século passado, gerando cifras de bilhões de dólares. Ao contrário do que apregoa o roqueiro Lenny Kravitz, rock?n?roll is not dead.

Nas ondas do rádio, baixa audiência

Ari Silveira

Roqueiros de todo o mundo comemoram amanhã o Dia Mundial do Rock. E Curitiba? A capital é conhecida como uma cidade roqueira, mas as pesquisas de audiência de rádio derrubam esse mito. Segundo o ranking do Ibope, divulgado pelo site Planeta Rádio (http://planeta.terra.com.br), a 96 Rock (96,3 MHz), única rádio rock da cidade, ocupa um modesto sétimo lugar. A Educativa (97,1 MHz), cujo carro-chefe é a MPB, mas que tem espaços para o rock no fim de semana, está ainda em pior situação: 14.º lugar (0,13 ponto).

A 96 é sucessora direta da saudosa Estação Primeira (1986?1995), que revolucionou o rádio paranaense nos anos 80. A Estação (90,1 MHz) foi a primeira rádio especializada em rock na cidade, mas foi muito mais do que isso. Tinha programas de jazz, música instrumental, MPB. Seus programadores sempre procuravam o “lado B”, fugindo das músicas de trabalho sugeridas pelos divulgadores. A rádio saiu do ar quando seu fundador, Helinho Pimentel, a vendeu para o grupo Inepar, que a transformou em afiliada da CBN.

Com a morte da Estação, seu público migrou principalmente para a Alternativa (106,5 MHz), que absorveu um programador e duas locutoras da 90,1. Mas, no ano seguinte, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, comprou a Alternativa, que virou uma emissora religiosa.

Enquanto isso, a Educativa criou novos horáios para o rock. Nas noites de sexta e madrugadas de sábado, a emissora transmite nada menos que catorze programas de rock, das 20h às 2h. Os mais famosos são o Todos os Caminhos do Rock e o Ciclojam, que abre espaço para as bandas curitibanas. Nas noites de sábado, o rock também tem vez, dentro de programas como o Educativa Cult.

Não por acaso, foi no Dia Mundial do Rock de 1997 que entrou no ar a 96 Rock, sob a coordenação artística de Helinho. A 96 lembrava mais, no início, a 89 FM, de São Paulo, embora não fosse tão comercial. É de lá que vieram os Sobrinhos do Ataíde, que davam um toque de humor na programação. Mas a 96 resgatou algumas características da Estação, como as mulheres na locução.

Menos “idealista” que a Estação, a 96 tem espaço garantido para as grandes gravadoras. Existe até uma lista de músicas que não podem ser cortadas da programação. Mas há programas segmentados, como o Rádio Caos, Punk Rock Radio, Radio Blues, Conexão Jamaica, Black Music, Gueto 96, 96 Skate Jam e tantos outros. A MPB e o rock nacional também tem vez, nos módulos da Seleção Brasileira e no Made in Brazil. E as bandas de Curitiba, como Pelebrói Não Sei, Black Maria e Nação Erê, estão presentes no Garage 96, Curitiba in Concert e nos módulos do Geração Pedreira.

Rede estadual

O projeto Geração Pedreira, que divulga as bandas locais, marcou um salto mais ambicioso da emissora: a formação de uma rede via satélite, a Rede Rock. A estratégia adotada pelos diretores Nery Malucelli e Helinho Pimentel foi a de criar a programação de rede paralelamente, mantendo a 96 com programação local, até que a rede se consolide. Se vai dar certo, só Deus sabe. A Rede Rock já transmite para Ponta Grossa, Apucarana, Paranavaí, Umuarama e Cascavel, mas apenas em alguns horários.

As afiliadas de Ponta Grossa e Umuarama são as que dedicam maior espaço à rede. No entanto, pelo menos na fase inicial, a programação local dessas emissoras está fora do padrão da Rede Rock. A direção da emissora ainda não quer revelar quando a 96 vai se integrar à rede, mas já foram veiculadas insistentemente chamadas com a frase “Vem aí: Rede Rock”, acompanhada dos slogans “Integrando o Paraná” e “Um Novo Conceito”.

Críticos estão à procura da “banda da vez”

Guilherme Voitch

Época complicada essa para se falar de rock. Mas amanhã é dia do dito cujo e ele merece, pelo menos, alguma consideração. No seu segundo aniversário do século XXI, a crítica musical mundial (leia-se americana e inglesa) continua sua investida à procura da próxima banda que vai salvar o estilo. Surge uma a toda hora. Se não estou enganado, The Strokes e White Stripes eram a última promessa. Acho que não devem ser mais. Estão ultrapassadas e já deve haver um novo messias carregando uma guitarra fender em baixo do braço. Os novaiorquinos do Strokes, por exemplo: Apareceram sem ter ao menos um cd gravado, como a redenção do rock básico. Uma mistura de Lou Reed e Iggy Pop do século XXI. O CD saiu, vendeu e rendeu shows lotados na Europa e EUA. Só que o espaço concedido nas páginas das bíblias do pop mundial (Rolling Stone, Spin e New Musical Express) diminuiu. Para falar a verdade, o fenômeno está quase completando uma década. Desde que Kurt Cobain decidiu acabar a carreira com um tiro na cara, imprensa e público procuram o novo Nirvana. Muita coisa tem acontecido desde então. O rock britânico saiu de um período obscuro para as massas, com o Blur e o Oasis. Apareceu o Stoner Rock, o New Metal e a onda folk. Só que falta aquele gostinho de novidade, de revolucionário. Falta uma invasão do underground no “establishment” novamente. Enquanto isso não acontece, vamos dar vivas ao Linkin Park, Limp Bizkit, Blink 182…

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