Mostra na Cinemateca apresenta um olhar sobre o cinema africano

 

casa_do_amor.jpgA Cinemateca de Curitiba apresenta a partir da próxima terça-feira (1º de novembro) a mostra "Novo olhar do cinema africano", com a exibição de onze filmes documentários e sete filmes de ficção realizados entre 2001 e 2003 por cineastas de vários países da África. Organizada pelo governo francês, a mostra foi trazida ao Brasil pela Embaixada da França e em Curitiba está sendo promovida pela Fundação Cultural e Aliança Francesa.

Os onze documentários serão exibidos de 1º a 13 de novembro, enquanto os filmes de ficção serão apresentados na semana de 21 a 27 de novembro ? todos com entrada gratuita. São produções que representam países como a Namíbia, África do Sul, Senegal, Tunísia, Burkina Faso, Zimbabwe, Camarões, Congo, Costa do Marfim, Mauritânia, Tchad e Guiné Bissau.

Os filmes selecionados revelam um olhar sobre a África contemporânea. Neste início de milênio, o cinema africano se caracteriza pelo ecletismo dos temas, do tratamento e das condições de produção. Os filmes reunidos são o produto do trabalho de autores isolados, impossíveis de serem agrupados em escolas ou movimentos, mas feito com base na cultura de seus países. As novas expressões permitem descobrir uma África sem clichês. Os jovens cineastas exploram novos caminhos, ousam filmar a intimidade da relação amorosa e os dramas modernos, mas sem perder a consciência sobre a história, a realidade atual e o futuro do continente.

Os curadores da mostra, Olivier Barlet (redator-chefe da revista francesa "Africultures") e Michel Amarger (jornalista e crítico na Radio France Internationale), dizem que os cineastas africanos reagem ao olhar estrangeiro que os invade através da televisão. Pouco se aborda na televisão a África em suas realidades sócio-culturais. Por isso arriscam um olhar diferente, afastando-se das imagens de miséria ou turísticas das telas ocidentais e também da abordagem folclórica que predomina nas telas africanas.

"Além da busca por uma identidade e da desilusão que marcaram as décadas pós-Independência dessas nações, as obras mostram uma tentativa de auto-definição de maneira diferente: reivindicar o que se é, inclusive com os estigmas deixados pela colonização. Não se trata mais de provocar uma interiorização para definir-se fora desse Ocidente vivido ao mesmo tempo como sonho e pesadelo, mas de se olhar de frente, assumindo um ser plural, atravessado pelo Outro, vagando entre culturas", explicam os curadores.

Confira a programação da mostra de documentários:

Dia 1º
Às 15h e 17h ? Contos Cruéis da Guerra (Congo-Brazaville /Mauritânia /França, 2002). Direção: Ibea Atondi e Karim Miské
Às 19h ? Poeira Urbana (Senegal/ Congo-Brazzavelli, 2001). Direção: Moussa Touré

Dia 2
Às 15h e 17h ? Poeira Urbana
Às 19h ? Contos Cruéis da Guerra

Dia 3
Às 15h e 17h ? Casa do Amor (Namíbia/África do Sul, 2001). Direção: Cécil Moller; e Wa N?Wina – Sincerely Yours (África do Sul, 2001). Direção: Dumisani Phakathi
Às 19h ? Memória entre duas margens (Burkina Faso/França, 2002). Direção? Fréderic Savoye e Wolimité Sié Palenfo.

Dia 4
Às 15h e 17h ? Memória entre duas margens
Às 19h ? Casa do Amor e Wa N?Wina

Dia 5
Às 15h e 17h ? Ruanda in Memoriam (Senegal/França, 2003). Direção: Samba Félix N?Diaye
Às 19h ? Zimbabwe: Contagem Regressiva (Zimbabwe/França, 2003). Direção: Michael Raeburn

Dia 6
Às 17h ? Zimbabwe, Contagem regressiva
Às 19h ? Ruanda Im Memoriam

Dia 7
Às 15h e 17h ? Si-Gueriki, Rainha-Mãe (Benim/Alemanha/França, 2002). Direção: Idrissou Mora Kpai

Dia 8
Às 15h e 17h ? Rastros, pegadas de mulher (Senegal/Burkina Faso/Bélgica, 2003). Direção: Katy Léna Ndiaye
Às 19h ? Férias em Casa (Camarões/França, 2000). Direção:Jean-Marie Teno

Dia 9
Às 15h e 17h ? Férias em casa
Si-Gueriki, Rainha-Mãe

Dia 10
Às 15h e 17h ? Xalima, a Pena (Senegal, 2003). Direção: Ousmane William M?Baye
Às 19h ? Rastros, Pegadas de Mulher

Dia 11
Às 15h e 17h ? Férias em Casa

Dia 12
Às 15h, 17h e 19h ? Contos Cruéis de Guerra

Dia 13
Às 17h e 19h ? Memórias entre duas margens

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