Boa diversão

Marvel acerta mais uma vez em Capitão América 2

Se existe uma tarefa árdua que o personagem Capitão América tem, além de encarar seus vilões, é o de conquistar o público fora dos Estados Unidos. O motivo? O alter ego de Steve Rogers é um símbolo, sem ser de forma subliminar, de que o “grande irmão do norte” é superior a tudo e a todos. Contudo, há de se admitir que o super herói tem carisma o suficiente para suplantar o “blábláblá” patriótico e conseguiu chamar a atenção de todos no bom filme Capitão América: O Primeiro Vingador e também no divertido Os Vingadores.

Restava saber se haveria fôlego para que os espectadores continuassem a manter o interesse nele. Se depender do seu mais novo longa, Capitão América 2: O Soldado Invernal, a resposta é “sim”. Primeiro, porque se trata de um dos melhores trabalhos dos Estúdios Marvel. Segundo, por fazer críticas veladas à política norte-americana. Isto é, Rogers é um soldado leal ao seu País, mas questiona, severamente, suas decisões.

Usando um pouco da premissa de Hamlet de que “há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”, o filme se assemelha àqueles filmes de espionagem, com reviravoltas (algumas bem óbvias, outras, porém, surpreendentes), teorias de conspiração, diálogos tensos, entre outros aspectos.

Novamente no papel de Capitão América/Steve Rogers, o ator Chris Evans repete a performance obtida nos dois filmes citados anteriormente. Mesmo sendo um super herói, ele não tem vida fácil e, mesmo com habilidades sobre-humanas, Evans nos lembra que ainda há um homem por de trás do uniforme e do escudo de vibranium, que se cansa, se decepciona e também se fere. É também interessante ver como o personagem não se transformou em um escoteiro, como, por exemplo, os embates entre Rogers e Nick Fury (Samuel L. Jackson, sempre ótimo), o diretor da Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão (S.H.I.E.L.D). Sempre há tensão no ar quando os dois discutem.

Falando em Fury, ele e a Viúva Negra (Scarlett Johansson) ganham grande destaque neste longa, em particular a heroína, que será de fundamental importância na jornada de Rogers em descobrir quem está por de trás dos atos que vão contra o seu código de conduta e quem é o misterioso Soldado Invernal, um inimigo que dará trabalho ao “sentinela da liberdade”. Destaque ainda para o mais novo aliado do capitão, Falcão, Anthony Mackie, responsável por alguns dos alívios cômicos do longa.

O único pormenor do filme se encontra em cenas em que ele deveria se sobressair. A parte em que a pancadaria rola solta deixa a desejar, pois, com a excessiva movimentação por parte dela, fica difícil entender direito quem está batendo e quem está apanhando (pessoas que sofrem de labirintite deverão ter problemas nestas horas). Felizmente, nada que venha a comprometer a diversão e a qualidade do filme.

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