Mariana Hein não admite trair amigas

Ao se deparar com Bebel, personagem que interpreta em “Malhação”, Mariana Hein logo percebeu que tinha muitas coisas em comum com ela. A personalidade conciliadora, o modo descontraído de se vestir e a intimidade com que trata pessoas que acabou de conhecer são apontadas pela atriz como as principais semelhanças. Mas, se estivesse na mesma situação da amiga de Júlia, personagem de Juliana Silveira, ela jura que jamais chegaria perto de Pedro, interpretado por Henri Castelli. Na opinião da atriz, não há homem que justifique a traição a uma amiga. “Depois, eles vão embora e é no ombro da amiga que a gente vai chorar”, explica, às gargalhadas.

Apesar da pequena divergência de atitudes, Mariana defende a personagem. “Ela vai viver em conflito, porque gosta do Pedro, mas não quer trair a amiga”, contemporiza. Aproximar-se de Bebel foi, aliás, a primeira coisa que a atriz procurou fazer para construir a personagem. Ela seguiu à risca o conselho de Edson Spinello, diretor do “folheteen”. “Ele sempre diz: ?Identifique-se com o personagem, trate-o na primeira pessoa?”, ensina a pupila.

Aos 23 anos, Mariana comemora a boa freqüência na telinha ela fez “Um Anjo Caiu do Céu”, em 2001, na qual viveu a “patricinha” Carol, e logo depois fez “O Quinto dos Infernos”, onde viveu Fátima, uma das presas de Chalaça, feito por Humberto Martins. E espera aprender muito em “Malhação”. Com um perfil diferente dos iniciantes que costumam ter no “folheteen” seu primeiro contato com as câmaras, a atriz teve, já em sua estréia, uma oportunidade sonhada até por atores tarimbados. Ela integrou o elenco do humorístico semanal “Garotas do Programa”, em 2000, ao lado de Marília Pêra, Drica Moraes, Zezé Polessa e Camila Pitanga. Ainda que o programa não tenha emplacado, ficando apenas cinco meses no ar, a atriz faz questão de destacar a importância da experiência. “Não poderia haver estréia melhor que esta. Eu aprendi muito, contracenei com atrizes maravilhosas e suguei tudo o que pude delas”, valoriza.

Versatilidade

Depois de passar pela novela e pela minissérie, a atriz encara com naturalidade a entrada em “Malhação”. Ela garante não se importar com o preconceito de alguns veteranos com o “folheteen”, fato que trouxe problemas de escalação ao autor Carlos Lombardi, quando assumiu o programa, em 1997. E tem até sua própria versão sobre o assunto. “O programa atinge muita gente e os personagens ficam muito tempo no ar. Os atores têm medo de ficarem muito marcados”, arrisca, assegurando que não tem esta preocupação. “Cabe ao ator ser versátil”, completa.

Nos intervalos entre um e outro trabalho, Mariana dedicava boa parte de seu tempo a cursos de vídeo. O preferido foi com o diretor Walter Lima Júnior, com quem ela acredita ter conquistado uma “consciência de cena”, que agora pretende colocar em prática. “Tive a oportunidade de errar bastante. Agora, posso acertar”, anseia. A vontade de estudar e aprimorar as habilidades para a interpretação veio logo no início da carreira. Com 17 anos, ao descobrir que queria se dedicar à carreira artística, começou a emendar vários cursos de interpretação. Estudou um ano com o Grupo Tapa de São Paulo, fez cursos com Renato Borghi e Sérgio Penna e passou um período de três meses com o grupo Teatro de Vertigem. Depois disso, ficou um ano em cartaz com o espetáculo “Um Anjo Proibido”, dirigido por Kiko Jaez.

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