Maria João Pires toca Schubert em novo CD

Na imensa literatura para piano solo, há algumas obras que ganham contornos quase míticos – seja pela qualidade intrínseca da escrita, seja pelas possibilidades que oferecem aos intérpretes, características que, claro, estão em constante diálogo. A Sonata D. 960 de Schubert é uma dessas peças. Obra de 1828, ela traz a marca do final da vida do compositor: uma outra relação entre a parte e o todo, alternando movimentos mais longos outros bastante curtos, desafiando a nossa compreensão do fluxo de desenvolvimento musical.

A sonata é a joia do novo disco da pianista Maria João Pires dedicado ao compositor, uma de suas especialidades – sua última incursão por seu universo havia sido em 2005, em disco a quatro mãos com o brasileiro Ricardo Castro. E nele ela exercita o paradoxo sobre o qual gosta de falar em suas raras entrevistas – a recusa de se impor perante a partitura e, assim mesmo (ou talvez por causa disso), a capacidade de fazer falar a música de maneira pessoal.

Maria João Pires – SCHUBERT – Selo Universal/Deutsche Grammophon. Preço: R$ 40.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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