Mafalda completa 40, mas ainda encanta

Mafalda, a “menina terrível” criada pelo argentino Joaquín Lavado, mais conhecido como Quino, é, desde ontem, uma quarentona. “Como só para os leitores a famosa personagem faz aniversário, não aconteceu uma festa em particular”, contou à agência EFE a sobrinha e representante de Quino, Julieta Colombo.

Sim, os brasileiros admiram a Mafalda há décadas. Foi em 29 de setembro de 1964 que a história da menina inconformada com a humanidade e que odeia sopa foi publicada pela primeira vez no jornal Primera Plana, de Buenos Aires. A partir daí, as aventuras de Mafalda e dos amigos Manolito, Felipe, Miguelito, Guille e Susanita ocuparam regularmente as páginas de inúmeras publicações da Argentina e de outros países.

O autor parou de desenhar essa menina de cara redonda e cabelos escuros em 1973. Segundo ele, “depois de dez anos se deu conta do esforço que era não se repetir a cada entrega dos quadrinhos”. Mesmo assim, Mafalda se tornou a obra-prima de Quino. Através da personagem de uma garotinha de seis anos aparentemente inocente, o desenhista refletiu sobre a política, a economia e a sociedade em geral, sempre com um refinado toque de humor.

Quino, de 72 anos, radicado na Europa há décadas, mora atualmente em Madri e deverá passar o aniversário de sua Mafalda em Milão. Por estes dias na Itália também haverá uma exposição itinerante chamada De viagem com Mafalda, que conta com 77 tiras e 50 ilustrações que sintetizam a relação do artista com o mundo e a vida.

O aniversário da menina que conversava longamente com um globo terrestre sobre os conflitos e as injustiças sociais do planeta também tem sido objeto de diferentes versões e uma ou outra polêmica. Daniel Divinsky, diretor da empresa argentina Ediciones de La Flor, que tem os direitos de publicação da Mafalda, acredita que a personagem mais famosa criada por Quino foi exageradamente mitificada. Os fãs discordam totalmente.

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