Dia das mães

Mães, filhos e suas diferentes maneiras de amar

O amor entre mães e filhos costuma ser um dos sentimentos mais fortes e verdadeiros entre os seres humanos. Porém, cada mulher que experimenta a maternidade e cada filho costuma ter uma maneira diferente de expressar e receber amor. O terapeuta americano Gary Chapman denomina essas formas como sendo cinco diferentes linguagens: a do toque físico, a das palavras de afirmação, a dos presentes, da qualidade de tempo e das ações sociais.

“Geralmente cada pessoa tem uma ou duas dessas linguagens como sendo mais fortes. Por isso, é preciso descobri-las e reforçá-las”, diz a psicóloga, terapeuta e mãe de dois jovens (um de 24 e outro de 20 anos), Tereza Karam, que há vários anos trabalha com as linguagens do amor. “Com meu filho mais velho, por exemplo, tenho a linguagem do toque físico. Já com meu filho mais novo, tenho a da qualidade de tempo.”

A linguagem do toque físico pode ser manifestada entre mães e filhos por meio de um carinho, um abraço, ficar de mãos dadas e colo. Segundo Tereza, muitas pessoas só se sentem amadas dessa forma. “Uma criança que não recebe toque físico pode se tornar um adulto extremamente carente. Já um bebê que desenvolve essa linguagem vai querer continuar recebendo-a pelo resto da vida. Ele pode se expressar através dela inicialmente com a mãe e depois desenvolvê-la com a namorada e mesmo com os próprios filhos”, explica a psicóloga.

Qualidade de tempo

Tereza ressalta a importância das mães destinarem tempo para passar momentos agradáveis com seus filhos. Por isso, a linguagem de tempo pode se manifestar quando mães e filhos lancham, dormem, estudam, brincam ou realizam qualquer outra atividade juntos. “Não adianta, por exemplo, a mãe ir assistir a um jogo de futebol do filho e ficar na arquibancada falando ao celular, sem prestar atenção no que está acontecendo. A linguagem do amor do tempo acontece quando momentos são compartilhados e faz com que a criança se sinta priorizada pelo adulto.”

Palavras de afirmação

Reforçar e estimular um comportamento positivo realizado pela criança. Esse é o principal objetivo das palavras de afirmação ditas pelas mães. De acordo com Tereza, para colocar esta linguagem em prática as mães devem falar gentilmente com seus filhos, deixar de fazer sermões ou censurar, elogiar de forma sincera, não xingar, parar de mostrar apenas erros e falhas e falar de acertos e vitórias conforme o filho vai crescendo.

Presentes

As mães não devem achar que comprar presentes para os filhos serve para compensar a ausência física e falta de atenção, o que gera carência emocional. Porém, como o amor é uma coisa subjetiva, dar um presente pode ser a expressão deste sentimento. “As mães não devem dar presentes caros diariamente para seus filhos. Porém, elas podem dar pequenas coisas que fazem com que eles saibam que são lembrados quando elas estão longe. Por exemplo, a mãe pode levar para o filho um bloquinho ou uma caneta que recebeu durante uma palestra, demonstrando que estava pensando nele naquele momento, um bombom comprado no trabalho ou mesmo uma florzinha encontrada em algum lugar.”

Ações de serviço

Esse tipo de linguagem está diretamente ligado ao sentimento da criança de que é cuidada e à satisfação de suas necessidades básicas. Enquanto a mãe se dedica às tarefas cotidianas, ela pode aumentar seu vínculo emocional com o filho. Entre as ações de serviço indicadas pela psicóloga estão: ajudar nas tarefas da escola; levar e trazer a criança do colégio, da aula de música ou de qualquer outra atividade; acompanhar em consultas médicas; ajudar na arrumação do quarto; entre outras.

Utilizando as diferentes formas de expressão

A dona de casa Rosemari Sanson Galicioli, de 58 anos, tem consciência sobre as linguagens do amor e as utiliza com seus quatro filhos – de 38, 36, 31 e 30 anos – e com o neto – de 14 anos. Ela conta que a que mais u,sa é a do toque físico. Porém, também dá bastante atenção à linguagem da qualidade de tempo e à das ações de serviço. “Sempre beijo a cabeça de meus filhos e pego meu neto para dançar quando vejo que ele está nervoso. Entretanto, também procuro destinar tempo para escutá-los e adoro fazer coisas em casa. Faço doces, cuido do jardim e das roupas. Para tudo isso, sempre gosto de mostrar e ter a aprovação dos meus filhos”, afirma. Já a administradora de empresas Marinês Stopinaski, de 44 anos, conta que criou o filho, hoje com 26 anos, com muita disciplina e pouco afeto.

Hoje, ela procura fazer diferente com o neto, de 10 meses, e orienta a nora para que não seja tão rígida com o menino e, sim, mais carinhosa. “Com meu filho, eu utilizava muito as ações de serviço. Porém, depois de tomar consciência das linguagens do amor, percebi que deveria mudar minhas atitudes e me tornei mais companheira”, revela. “Atualmente, com meu neto, procuro ter mais qualidade de tempo e ser mais paciente do que fui com meu filho.”

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