Livros que ensinam são lançados na Bienal

Que a I Bienal do Livro de Curitiba proporcionou novas experiências aos jovens da capital, todos já sabem. Mas o lançamento de quatro livros pela editora FTD, na última semana, proporcionou uma visão de ensino e de valores diferentes aos jovens que visitaram a bienal. Os autores Domingos Pellegrini, Luiz Galdino e Fernando Carraro foram os responsáveis em traduzir através da literatura a importância da ética, ecologia, empreendedorismo, amizade e inúmeros outros valores.

Os quatro livros foram lançados na última semana, em Curitiba. O professor milionário é a nova obra de Domingos Pellegrini e que mostra aos jovens o que é realmente ser considerado milionário. “O livro conta a história de Alu, um professor que era muito rico e dava aulas em uma escola particular. Mas, por não ter uma visão empresarial, acabou perdendo toda a sua fortuna e sua esposa. Para ganhar a vida, ele se tornou professor da rede pública de uma pequena cidade do interior. Nessa nova escola, ele começou a ensinar a importância da cidadania, ecologia e do empreendedorismo aos seus alunos”, conta o autor.

Mas, com um golpe de sorte, tudo isso muda de lugar. “Um certo dia ele joga na loteria e fica milionário, mas, ao contrário do que todos pensam, ele passa a surpreender a cidade com seus investimentos em educação, ecologia e empreendedorismo, contrariando as expectativas de todos.

Com isso, ele reconquista sua esposa e sua família”, explica Pellegrini. Por isso o título do livro, “ele se torna um professor milionário em amor, ética, cidadania e empreendedorismo, exatamente aqueles valores que ele lecionava aos seus alunos da escola pública”, ressalta o autor.

Ao escrever tal história, Pellegrini relaciona explica que essa é a ação que falta na educação brasileira: investimento. “A aplicação de recursos na educação beneficiam não apenas as pessoas que se educam, mas toda a comunidade em que elas vivem e atuam. A reforma da educação, no Brasil, é uma necessidade urgente para o desenvolvimento social e econômico”, afirma o autor que é de Londrina, na região norte do Estado.

Outro livro que também traz valores aos leitores é a nova obra de Luiz Galdino, intitulada O mágico errado. “Trata-se de uma história divertida e com muito humor. Arquibaldo é um mágico que vem de uma cidade consagrada e famosa por formar grandes profissionais nessa área. Ele é simpático e bonito, mas tinha um problema: não acertava suas mágicas. Quando queria tirar um coelho da cartola, por exemplo, apareciam coisas estranhas no lugar”, conta o autor.

Como todo livro tem uma mensagem para o leitor, Galdino passa, em sua publicação, que a vida não é exatamente como os outros querem que ela seja. “No caso do mágico, por exemplo, todos esperavam que ele fosse um grande mágico, mas ele não tinha talento para isso. Portanto, o importante é não vestir máscaras e para isso é preciso ser quem você é. Acreditar nos seus ideais e não ser levado por uma onda de acontecimentos”, conta o autor.

Quem também esteve presente na Bienal de Curitiba foi o escritor Fernando Carraro, autor dos livros Quem ama partilha e Um mundo melhor para todos, obras em que temas sobre responsabilidade social e cidadania também estão presentes. Em seus dois livros recém lançados, a discussão sobre solidariedade, preservação ambiental, consumismo e trabalho infantil também são assuntos trabalhados.

Iniciativa

Questionados sobre a importância da realização da I Bienal do Livro de Curitiba, os autores afirmaram que, para alcançar tal melhoria no ensino – citada anteriormente por Pellegrini -, eventos como a bienal são essenciais. “Só será possível uma nova educação através de uma reforma cultural. E é isso que a primeira Bienal de Curitiba proporciona. A maior car&ecirc,;ncia do Brasil é a ética e a iniciativa em mudar tal panorama, por isso avalio como de grande importância a realização desse tipo de evento em Curitiba. Assim podemos crescer através dessa usina de idéias que é a bienal. Esse é o primeiro passo para darmos um salto na educação, assim como já acontece em países da Europa e da Ásia”, relaciona Pellegrini.

Galdino afirmou estar surpreso com o resultado e tamanho do evento. “Por ser a primeira edição, fiquei realmente entusiasmado com toda a bienal. Acho de extrema importância encontros que promovam e incentivam a leitura em um País como o Brasil, que não tem essa característica”, afirma.

De acordo com o autor, essa também é uma oportunidade de colocar em contato as crianças com os autores dos livros que elas estão levando para casa. “O adulto brasileiro lê muito pouco, esse é um hábito que se traz do berço. Quando os pais não têm o costume de ler, não existem livros em casa, logo, gera desinteresse na criança em descobrir o mundo mágico que a literatura possibilita. Por isso eventos como a bienal do livro são importantíssimos para plantar uma sementinha literária nos jovens”, afirma Galdino que já tem mais de 50 títulos lançados, dentre eles livros para crianças, adolescentes e de nível universitário.