Judas Priest faz show retrospectivo em São Paulo

Essa dobradinha já havia se apresentado na mesma Arena Anhembi, em São Paulo, em 2005. Mas os shows de sábado à noite das bandas Whitesnake e Judas Priest tiveram um sabor a mais. Enquanto o primeiro grupo, liderado por David Coverdale, ex-vocalista do Deep Purple, fazia um show protocolar, exibindo sucessos e as músicas do álbum “Forevermore”, lançado no primeiro semestre deste ano, o segundo procurou fazer uma despedida digna do seu apelido “deuses do metal”.

Não que Rob Halford e companhia, do Judas Priest, vão pendurar as guitarras e viver no campo. Nada disso. A banda, inclusive, faz questão de afirmar que possui um novo disco saindo do forno. A apresentação em São Paulo, no entanto, faz parte da turnê “Epitaph”, um adeus aos grandes shows pelo mundo afora.

A noite roqueira no Anhembi começou com o glam e o hard rock da Cobra Branca. As guitarras afiadas e os gritinhos de Coverdale saíam fracos dos alto-falantes. O público também estava longe dos 25 mil que se reuniriam, mais tarde, para ver os músicos do Judas Priest. O Whitesnake abriu sua apresentação com “Best Years”, do penúltimo disco, “Good to Be Bad”, de 2008, que marcou o fim de um hiato de 11 anos da banda.

Era a hora da grande atração da noite. Às 22h11, a bandeira que cobria o palco subiu. E o público, agora por volta de 25 mil pessoas, urrou aos gritos de “Pries! Priest!”. Halford surgiu com um sobretudo preto, coberto de espinhos, e os tradicionais óculos escuros. Foram necessários 15 minutos de show até que sua voz conseguisse ser ajustada e se sobressaísse em meio à potência sonora da banda.

Isso enfraqueceu a trinca poderosa selecionada para o início da apresentação: “Rapid Fire” e “Metal Gods”, do clássico British Steel (1980), e “Heading Out to the Highway”, do igualmente clássico “Point of Entry” (1981). Eram uma amostra de que o show teria um caráter retrospectivo. Vieram, na sequência, a rara “Never Satisfied”, de 1976, e a mais recente “Judas Rising”, de 2005. Foi uma viagem de 42 anos pela história da banda – e do metal.

Os clássicos ficaram para o final do show. A arrebatadora “Breaking The Law” foi inteiramente cantada pela plateia: Halford apenas regeu o coro. Veio “Painkiller” e a apresentação chegou ao fim, às 23h52. A banda voltou ao palco mais duas vezes. A primeira foi icônica. Glenn Tipton e Richie Faulkner solavam juntos com suas guitarras, o baixista Ian Hill exibia uma dancinha no ritmo da música e Scott Travis esmurrava a bateria com suas baquetas. E, liderando tudo isso, Halford surgiu no palco montado numa motocicleta Harley-Davidson, vestido com outro sobretudo, com lantejoulas prateadas, quepe policial e um chicote nas mãos. Tudo ao som de ótimos exemplos de heavy metal: “Electric Eye”, “Hell Bent for Leather” e “You’ve Got Another Thing Comin”. Eles ainda voltaram para mais um bis, com “Living After Midnight”. As informações são do Jornal da Tarde.

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