Jogada alfabética

Duzentos participantes no palco, oito quadros, cenografia com tecnologia de ponta e uma profusão de cores compõem o novo cenário de Gilberto Barros na Band. O apresentador, que antes entrava no ar seis vezes por semana, com o semanal Sabadaço e o Boa Noite Brasil – de segunda a sexta -, agora vai atuar apenas nas noites de terça. A Grande Chance, produção que já foi exibida em países como Espanha e Argentina, estréia no próximo dia 24, às 22h, sob o comando da diretora Kátia Gardin. ?Para quem cortou cana no interior, fez faculdade com dificuldade, esse é um grande passo na minha carreira?, valoriza Gilberto.

Para o apresentador, o diferencial de comandar essa produção será sua necessidade de precisar estar mais atento no palco. Afinal, o ágil ?game? se move com a rapidez das perguntas e respostas. Em cada um dos quadros Letra por letra, Escorregando, Palavra impossível, De cabo a rabo, Fotos e fatos, Tirando uma, Recompondo e Contra o relógio, os participantes, divididos em duas grandes platéias, respondem perguntas cujas respostas são sugeridas por letras. Ou seja, a cada pergunta, o apresentador indica a letra inicial da resposta correta. O líder da platéia que alcançar o maior número de respostas certas leva para casa um carro zero quilômetro. Seus dois ajudantes recebem uma moto cada um. ?Os candidatos das platéias ficam com um controle remoto onde são registradas as respostas diretamente em um computador que já mostra para a direção do programa qual grupo está vencendo?, explica Kátia.

A emissora acredita ser uma inovação os 200 candidatos se reunirem como uma grande platéia em formato de arena. Divididos em quatro arquibancadas nas cores vermelho, amarelo, verde e azul, o cenário tem características de ?design? de cenários dos anos 80 e parece vagamente inspirado no famoso jogo de memória Genius, sucesso daquela década. Em contrapartida, os 50 telões de plasma, um enorme videowall – tevês acopladas que formam um gigantesco telão – e os efeitos tecnológicos também conferem um clima futurista. ?Ganhei uma nave espacial da Band?, brinca Gilberto.

Mas nem tudo é tão moderno no programa, que conta com uma hora e meia de duração. As quinze dançarinas chacoalhando grandes letras na abertura do programa com coreografias manjadas dão um ar de naftalina à produção. ?São minhas quinze letrinhas?, derrete-se Gilberto. Mas o recurso não compromete o resultado, que prioriza a agilidade como arma para manter a atenção do telespectador. Nos programas anteriores na emissora, Gilberto contava com média de quatro pontos no ibope, o que é considerado satisfatório para esse horário na emissora. ?É um programa popular, mas vamos atrair todo tipo de público. Aqui também recebo engravatados, gente de toda espécie?, ressalta o apresentador.

Para proporcionar o dinamismo esperado pela produção, o programa conta com oito câmeras, diversos efeitos de luz controlados por softwares e uma inquieta edição. A produção – um dos maiores investimentos recentes da emissora – é gravada num estúdio de 300m e contou com três meses de preparação, onde toda a equipe envolvida foi adaptando a versão brasileira para a maneira irreverente de apresentação de Gilberto. ?A idéia foi formatada de acordo com minhas características?, destaca o empolgado apresentador, antes de emendar: ?Sei onde quero chegar. Estou num ponto da vida que não dá mais tempo de olhar para trás. Na Band eu tenho condições de trabalho?, assegura. 

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