João Bosco e Aldir Blanc celebrados no Prêmio Shell

Sabe aquelas reuniões em que amigos de longa data se confraternizam? A entrega do Prêmio Shell de Música, anteontem, no Teatro Carlos Gomes, teve esse clima. Os homenageados deste ano eram João Bosco e Aldir Blanc, e as melhores músicas que eles fizeram, juntos ou separados, embalaram a festa, tocadas magistralmente pela banda de João (Kiko Freitas, Ney Conceição, Nelson Faria e Itamar Assiére) e cantada por convidados como Leila Pinheiro, Fátima Guedes, Simone, Guinga e Rildo Hora.

Várias gerações lotaram o tradicional teatro. Gente que se viu retratada nas situações das músicas deles, gente que aprendeu a gostar delas com os pais (ou avós) e gente que era veterano, quando eles apareceram apadrinhados por Elis Regina, que gravou cerca de 30 músicas dos dois. Ela foi homenageada, com um vídeo mostrado na abertura do show, em que cantava três hits, O Bêbado e a Equilibrista, Dois Pra lá, Dois pra Cá e Querelas do Brasil.

A produção, este ano, foi impecável, com um som perfeito, luz simples e palco que reproduzia um bar, lugar tão caro a Aldir. De pouca fala, João Bosco só agradeceu o prêmio, entregue pelo presidente da Shell, Aldo Castelli, e cantou muito. Foram 23 canções num roteiro primoroso, que contemplou desde Bala com Bala (primeira música deles gravada por Elis Regina) à produção recente (Malabaristas do Sinal Vermelho, de João Bosco com o filho, Francisco, e Chá de Panel, de Aldir Blanc e Guinga). Aldir, irreverente, não se conteve: "Eu e a Shell temos interesse em barris diferentes, mas um dia poderemos nos encontrar. Afinal, a globalização existe desde o tempo do coquetel molotov" , disse ele.

Quem resumiu o sentimento da noite foi Leila Pinheiro, antes de cantar Desenho de Giz (de João e Abel Silva) e Catavento e Girassol (de Aldir e Guinga)."O bom dessa festa é encontrar esse dois juntos de novo, comentou. A Shell podia fazer 365 prêmios por ano, porque temos compositores e músicos suficientes para tanta homenagem."

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