Gil lança “resistência” cultural

Roma – O ministro brasileiro da Cultura, o cantor e compositor Gilberto Gil, lançou ontem em Roma, junto com um grupo de ex-ministros da Cultura europeus, um movimento de “resistência” cultural para defender a diversidade e as “utopias realistas”.

Gil, que pediu licença ao governo de Brasília para realizar uma série de shows na Europa até 22 de julho, explicou a idéia durante uma entrevista coletiva à imprensa, junto com o prefeito de Roma, Walter Veltroni, e os ex-ministros da Cultura francês, Jack Lang, e português, Manuel Carrilho.

“Nossa idéia é lançar o “Chamado de Roma” a uma resistência cultural mundial, um apelo ambicioso, utópico, construtivo”, afirmou Lang. O “Chamado de Roma” aos artistas e intelectuais de todo o mundo, para que façam propostas sobre a maneira de defender a cultura, deverá se concretizar através de “um manifesto mundial pela cultura”, que deve ser aprovado em junho ou julho de 2004 em São Paulo.

“Constelação”

“A cultura não pode ser excludente, deve ser entendida como uma constelação dinâmica na qual se inscrevem todos os atos criativos de um povo”, afirmou Gil. O ministro brasileiro, militante do Partido Verde há 20 anos, faria à noite um show junto com Maria Bethânia no moderno Auditório de Roma. Ele se disse convencido de que, como ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, deve trabalhar para criar “condições sociais objetivas para a produção coletiva de utopias realistas”. Gil, que é um dos criadores do tropicalismo, movimento do final dos anos 60 que transformou completamente a música popular brasileira, trabalhará paralelamente com o Fórum Cultural Mundial, que criará uma espécie de plataforma de observação permanente da cultura e de todas suas formas de expressão.

“Nós queremos um governo que leve em conta as diversidades culturais e que, ao mesmo tempo, elimine as diferenças entre Sul e Norte, pobres e ricos, e as diferenças políticas que levam os povos à guerra”, comentou Veltroni.

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