A exposição das fotos vencedoras do Prêmio Esso de Jornalismo, inaugurada nesta sexta-feira, dia 4, nos salões do Centro Cultural Justiça Federal no Rio de Janeiro, é uma mostra coletiva dos mais expressivos flagrantes publicados pela imprensa brasileira nos últimos 45 anos, registrando momentos significativos da história do País, em locais e situações as mais diversas. A exposição pública desse acervo tem o sentido de uma justa homenagem ao repórter fotográfico.
Rio – O Prêmio Esso de Fotografia foi instituído a partir de um ?furo? jornalístico do repórter-fotográfico Campanela Neto, representado pela foto da prisão, no longínquo município de Aragarças, hoje Estado do Tocantins, de um grupo de oficiais da Aeronáutica que se rebelara contra o governo do presidente Juscelino Kubitschek. Naquele ano de 1960, o Prêmio Esso conferiu um voto de louvor à foto, o que deu origem, a partir do ano seguinte, à categoria Prêmio Esso de Fotografia. Mas, historicamente, o louvor à foto de Campanela é considerado o primeiro prêmio Esso de fotografia surgido, dessa forma, cinco anos depois da criação do Prêmio Esso de Jornalismo que, agora em 2005, completa o seu cinqüentenário.
Ao longo de sua história, o Prêmio Esso de Fotografia ajudou a promover o reconhecimento público dos trabalhos fotográficos e do esforço e criatividade de seus autores. Algumas dessas fotos se tornaram mundialmente famosas e são até hoje utilizadas sempre que figuras de projeção ou acontecimentos marcantes precisam ser relembrados.
Personagens históricos, como os ex-presidentes Jânio Quadros e Castello Branco; craques de futebol, como Pelé e Amarildo; o futurólogo norte-americano Herman Kahn; o pioneiro das missões espaciais, Yuri Gagarin; o presidente francês Charles De Gaulle, entre outros, estão retratados em suas épocas de maior notoriedade, ao lado de gente anônima, transmitindo ao espectador seus dramas, tragédias e alegrias, momentos de glória, coragem, abnegação e desespero.
Os flagrantes de natureza política chamam a atenção pelo seu conteúdo de crítica; e os de natureza policial demonstram quase sempre a coragem de seus autores. Em todas as fotos destaca-se o extraordinário senso de oportunidade que caracteriza o repórter-fotográfico.
As fotos vencedoras do Prêmio Esso de Fotografia, e outras que ganharam prêmio em categorias informativas ou ainda aquelas que no passado receberam algum tipo de distinção, não possuem retoques. Muitas seriam até desprezadas para qualquer exposição de cunho meramente artístico. Destacam-se simplesmente pela sua extraordinária qualidade jornalística, ao registrar, com precisão, momentos únicos, revelando, além do fato e da história, muito do conteúdo da alma humana.
Serviço:
Exposição O Melhor do fotojornalismo, no Centro Cultural Justiça Federal, na Av. Rio Branco 241, Cinelândia – Centro do rio de Janeiro – Galerias do 3.º andar. Visitação pública de 5 de novembro de 2005 a 12 de março de 2006.