Festival Amazonas de Ópera vive momento de indefinição

O Festival Amazonas de Ópera, o mais importante do gênero na América Latina, vive um momento de indefinição. Realizado normalmente nos meses de abril e maio, ele foi adiado pelo governo estadual, que discute uma alteração de formato, segundo a qual o festival poderia tanto tornar-se bienal quanto ter sua programação distribuída ao longo do ano.

O futuro do festival estava em suspenso desde o início do ano, quando o governador do Estado, José Melo (PROS), acenou com a possibilidade dos eventos da secretaria de Cultura tornarem-se bienais, “para reduzir as despesas com produções externas, valorizar artistas locais e tornar o setor cultural do Amazonas mais popular”, segundo noticiou a imprensa local em janeiro. A medida afetaria também outras iniciativas, como os festivais de jazz e cinema.

As negociações entre a secretaria e o governo fizeram com que o início da produção do evento fosse sendo adiado mês a mês. No fim de semana, o secretário de Cultura Robério Braga negou o cancelamento de “qualquer atividade criada e mantida pelo governo do Amazonas”.

“Estamos em fase de reorganização do Estado em face da reforma administrativa imposta pelo cenário de crise nacional. Estamos trabalhando em um plano de ajustes para nossas atividades que não se restringem somente aos festivais e muito menos somente ao de ópera, embora este seja o mais antigo e tradicional dente os que realizamos.

Desde o ano passado estamos buscando construir temporadas de arte, ampliando, portanto, o calendário. Indo além dos festivais. Para isso estamos ultimando parcerias privadas e definição de recursos públicos, em razão da reforma que extinguiu várias secretarias e cargos, sem alcançar, entretanto, a área da cultura.”

O texto de Braga, no entanto, não diz quando o festival será realizado – ou mesmo se ficará para o ano que vem, em nova configuração bienal.

O secretário não atendeu ao pedido de entrevista feito ontem pelo Estado, falando apenas por meio da nota oficial. Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico do evento, também não quis se pronunciar sobre a questão. Mas fontes ouvidas pela reportagem apontam na direção de uma mudança de formato: as óperas reunidas na programação do festival seriam, a partir de agora, distribuídas pelo ano, incorporadas à programação regular do Teatro Amazonas e da Amazonas Filarmônica. O festival, assim, deixaria de existir na forma atual.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Voltar ao topo