Encontro discute cota de exibição de filmes produzidos no Mercosul

A criação de uma cota para que filmes produzidos no Mercado Comum do Sul tenham exibição garantida nos países que integram o bloco é um dos temas discutidos na IV Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul (Recam). O encontro reúne representantes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além de Chile, Bolívia e Venezuela. A implementação da chamada "cota de tela" tem como objetivo estimular o aumento da produção cinematográfica desses países e das co-produções regionais.

"A idéia é atraente porque tem uma vertente econômica, abre perspectiva de maior oferta de tela. O leque de escolha passa a ser maior. Além disso, aumenta a competitividade (qualidade das produções)", enfatizou o presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Gustavo Dahl. Segundo ele, ainda que a cota de tela seja regional, é uma vantagem, pois rompe a hegemonia da língua inglesa sobre consumo cinematográfico e também o nacionalismo.

"Isso cria uma dinâmica dentro do mercado. Você rompe também uma espécie de monopólio do cinema americano e o do cinema nacional. É uma idéia ousada, porque os cinemas nacionais são sempre protecionistas", afirmou.

O secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Senna, informou que, para a cota de tela ser estabelecida, é necessário que primeiro haja harmonia da legislação cinematográfica dos países interessados na medida. De acordo com Senna, apenas Brasil e Argentina têm leis que regulamentam a produção. Os outros países ainda avançam na formulação de regras para o setor.

Tanto Orlando Senna quanto Gustavo Dahl apontam a co-produção de filmes como uma das facilidades para que uma produção possa ser exibida nos países envolvidos na criação, além da possibilidade de se beneficiar com os incentivos que cada um deles estabelece. A outra idéia é dedicar um percentual da cota nacional a filmes do Mercosul. Senna lembra que a proposta está em fase inicial de discussão, mesmo porque apenas o Brasil tem cota de tela e os argentinos, que estão próximos de implementá-la. Atualmente, os cinemas brasileiros têm de exibir filmes nacionais em 63 dias por ano.

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