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Em Curitiba, Dinho Ouro Preto fala sobre novo álbum e a importância da democracia

Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.

Ao invés de optar por viver de nostalgia, eles tentam sempre estar em contato com o novo e se arriscar, por mais que essa segunda condição seja, por muitas vezes, pesada para uma banda com quase 40 anos de história. Dando certo ou não, é dessa forma que Capital Inicial busca mostrar aos fãs a importância de se reciclar. Foi assim que a banda tocou, na estreia do novo disco, Sonora, em Curitiba, nesta terça-feira (30). E o grupo de Brasília já tem data para voltar!

Antes de subir ao palco do Teatro Positivo, o vocalista conversou com a Tribuna do Paraná e disse que a busca do Capital é exatamente pelo novo. “É o que eu busco, não gosto muito da ideia de viver de nostalgia, embora a cada tantos discos nós façamos discos ao vivo”, comentou Dinho Ouro Preto.

Segundo Dinho, toda vez que a banda vai produzir algo novo, todos entram num dilema duplo. “Sempre buscamos ser fieis a sua personalidade, a sonoridade pela qual somos reconhecidos, mas sem se repetir, procurando inovar. Esse tipo de coisa acontece simultaneamente para a gente. Acho que o que é mais valioso para uma banda é essa personalidade, ela conseguir se destacar das outras”.

Com 37 anos de história, o Capital Inicial é uma das poucas bandas do país que consegue mostrar diferença nos sons produzidos, mas sem deixar de valorizar os hits. “Me orgulho da história que a gente tem, mas existe possibilidades de se apontar novas parcerias, novas sonoridades, arranjos. É por isso que eu digo que o Sonora é a procura e a tentativa de enfatizar a busca de vitalidade”.

Show do Capital Inicial é uma verdadeira junção de gerações. Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.
Show do Capital Inicial é uma verdadeira junção de gerações. Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.

União de gerações

O novo disco, lançado no ano passado, foi produzido por Lucas Silveira (banda Fresno). Essa produção, por si só, já é para Dinho uma forma de fazer o Capital se renovar. “A sensação que eu tenho é como se estivéssemos botando o dedo na tomada, de ter contato com a garotada mesmo”, disse o cantor.

O contato com gente nova, que faz música com outro ponto de vista, faz bem. “O Lucas, que produziu o disco, é 20 anos mais novo que eu. O Gustavo, do Scalene (banda que participou do álbum), é 30 anos mais novo que eu. Me faz bem estar em contato com essas pessoas, faz bem ao Capital e faz bem a essas pessoas também, de o rock se abraçar”.

Segundo o vocalista do Capital Inicial, deveria ser mais aceita pelos músicos do rock a visão de que quanto mais união de conhecimento, mais forte o gênero fica. “Nos outros estilos todo mundo se abraça. Mas o rock é muitas vezes pautado pela rivalidade, em vez da colaboração e da cooperação. Acredito que esse disco represente isso, de o Capital abraçar a nova geração do rock brasileiro”.

Dinho falou sobre a importância de não 'demonizar' o seu antagonista. Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.
Dinho falou sobre a importância de não ‘demonizar’ o seu antagonista. Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.

Luta pela democracia!

Recentemente, Dinho foi notícia no país todo por uma declaração que deu ao El País, em que disse: “É tolice medir o talento de um artista por suas posições políticas”. Sobre o assunto, o vocalista do Capital Inicial disse que cada vez mais se faz necessário falar sobre o assunto política, não para fazer com que as pessoas apoiem o mesmo candidato que ele, mas sim para que entendam que todo mundo busca a mesma coisa: um país melhor.

“Li um artigo que diz que a tendência é cada vez maior de desumanizar o seu antagonista (o concorrente), de você achar que o cara que discorda de você não merece ser ouvido. Se ele tem opinião diferente da sua é porque é desinformado e que a sua opinião vale como absoluto, o que não é verdade”, disse Dinho.

Segundo o cantor, faz parte da democracia entender e aceitar as opiniões diferentes. “A partir do momento que você se diz um democrata, você admite que a única solução para o país é o consenso, é o diálogo. Em nome da nossa democracia, é importante enfatizar o quanto interessa a todos nós que haja diálogo e que possamos nos entender. O seu antagonista não é seu inimigo, somos todos brasileiros. Esse é o futuro do nosso país, respeitar as diferenças. Uma pessoa que discorda de mim não é nem melhor ou pior do que eu”. Veja a entrevista completa:

Show em Curitiba

A passagem do Capital Inicial por Curitiba foi emocionante para os fãs, mas vai ficar marcada eternamente para Marluci Karine Wodonis, de 30 anos, que ganhou uma promoção da Prime, produtora do show, e passou um dia como ‘produtora’, vivenciando todos os momentos dos bastidores. “Foi sensacional. Conhecer toda a produção, todo o trabalho que tem por trás, porque quando a gente chega sempre já está tudo pronto, então foi uma experiência muito incrível”, detalhou ela.

Fã desde pequena, Marluci contou que sempre ouviu Capital Inicial, principalmente por causa de seus pais. “É uma banda que vem da geração dos meus pais. Eu mesmo me apaixonei desde o primeiro show que fui, há mais ou menos cinco anos, quando foi o contato mais próximo que eu tive com a banda. Eles têm um carisma muito forte com o público”.

Além de shows em Curitiba, a fã contou à Tribuna do Paraná que já viajou atrás do Capital Inicial. “Já fui em vários shows, em muitas outras cidades. Até por isso este não foi o primeiro contato com a banda, pois já fui sorteada para o camarim através do fã clube uma vez e conheci todos. Mas quando vi a ideia da promoção da Prime, mobilizei todo mundo, fiquei um final de semana focada nisso e no fim deu certo”.

Segundo Marluci, a forma com que os integrantes interagem com o público no palco e como Dinho Ouro Preto trata os fãs que conseguem tirar foto e conversar pessoalmente só faz com que as pessoas gostem cada vez mais. “É por isso que não tenho nem o que falar, são todos muito queridos, atenciosos. Sem contar que, embora seja suspeita para falar, a turnê está ótima, tudo que eles lançam de novo eu acho fantástico”.

Marluci realizou sonho e passou o dia acompanhando a produção do show. Foto: Lening Abdala/Divulgação Prime.
Marluci realizou sonho e passou o dia acompanhando a produção do show. Foto: Lening Abdala/Divulgação Prime.

Com volta marcada!

A Tribuna do Paraná conseguiu, com exclusividade, adiantar que Capital Inicial já tem data certa para voltar a Curitiba. Isso porque no ano passado, na primeira edição do Prime Rock Brasil, festival de rock que resgata as origens do estilo musical tão nacional, o grupo de Brasília foi um sucesso. É justamente por isso que a banda volta na segunda edição, marcada para o dia 7 de dezembro, na Pedreira Paulo Leminski.

“O show vai ser um dia depois do aniversário do meu irmão, portanto, uma data inesquecível. De qualquer forma, digo que é sempre um prazer tocar em Curitiba, sempre foi, desde o começo da nossa carreira. O show do dia 7 de dezembro vai ser inesquecível também e espero ver todo mundo lá na Pedreira mais uma vez”, concluiu Dinho. Os ingressos para o Prime Rock Brasil ainda não começaram a ser vendidos, mas é questão de tempo, então fique ligado na Tribuna do Paraná!

Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.
Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.

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