Editora Bertrand Brasil relança O verão perigoso

Em 1959, Ernest Hemingway retornou à Espanha, ?o país que mais amo além do meu?. Contratado pela revista Life para escrever um artigo curto sobre touradas, mais uma vez ficou tão absorvido pelo tema que já o havia inspirado, décadas antes, a escrever a obra-prima Morte ao entardecer, que acabou criando este O verão perigoso (Editora Bertrand Brasil). Trata-se de uma obra à altura dos seus grandes clássicos, como O sol também se levanta, Paris é uma festa e O velho e o mar (todos publicados pela Bertrand Brasil).

O verão perigoso é a crônica da impactante temporada que se desenvolveu nas arenas espanholas naquele ano, inflamada pela rivalidade quase mítica de dois matadores, Antonio Ordoñez e Luiz Miguel Dominguín – dois cunhados, ambos equiparados em habilidade e carisma. Com uma descrição precisa da – denominada pelo escritor – ?dança da morte?, Hemingway revela as emoções e os pensamentos dos dois maiores matadores da época, tendo como pano de fundo as grandes paisagens da Espanha.

?Pelo tema, esta fascinante reportagem é como que uma seqüência do seu extraordinário Morte ao entardecer: ambos os livros focalizam a tauromaquia, a arte de tourear, espécie de esporte-balé sangrento que põe a ligeireza de corpo e de reflexos do matador ante a força brutal de um touro enfurecido?, escreveu  Ênio Silveira na década de 1970. O livro é a quintessência de Hemingway: uma obra não ficcional que é, ao mesmo tempo, uma impressionante realização literária e um complexo auto-retrato do mestre do estilo verbal vigoroso e sintético norte-americano.

O verão perigoso é mais um livro de Ernest Hemingway relançado pela Bertrand Brasil, que possui ainda em seu catálogo Adeus às armas, Do outro lado do rio, Entre as árvores, As ilhas da corrente, O sol também se levanta, O velho e o mar, Por quem os sinos dobram, Ter ou não ter, Verdade ao amanhecer, e sua obra completa de contos (em três volumes). Em breve chegarão às livrarias A quinta coluna, Morte ao entardecer, O jardim do Éden, Ernest Hemingway, repórter: Tempo de morrer e Ernest Hemingway, repórter: Tempo de viver.

Sobre o autor

Ernest Hemingway fez mais pela elegância do estilo norte-americano em prosa do que qualquer outro escritor do século 20, e pelo conjunto de sua obra lhe foi conferido o Prêmio Nobel de Literatura em 1954. Sempre escreveu com frases curtas e objetivas, tornando-se conhecido pela forma contundente e lapidar de seus diálogos e precisas descrições. A publicação de O sol também se levanta e Adeus às armas garantiu-lhe de imediato um lugar entre aqueles raros artistas da palavra capazes de criar um modo pessoal, inimitável. Como integrante do grupo de expatriados voluntários que viveram na festiva Paris da década de 1920, primeiro como jornalista e depois como motorista de ambulância na Primeira Guerra Mundial, iniciou uma carreira literária sólida desde a estréia. Retratou igualmente a Guerra Civil Espanhola no romance Por quem os sinos dobram, do mesmo modo como acompanhou, na condição de correspondente, a Segunda Guerra Mundial. Arrebatou o Prêmio Pulitzer com a publicação do clássico O velho e o mar, em 1953. Suicidou-se em 1961.

Livro: O verão perigoso, lançamento: fevereiro de 2007. Tradução: Ana Zelma Campos. Preço: R$ 35,00. Editora Bertrand Brasil Ltda. 

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