Dramaturgo Mauro Rasi morre no Rio de Janeiro

Rio

– O músico, dramaturgo e cronista Mauro Rasi, 51 anos, autor de mais de vinte peças teatrais e programas para a TV, morreu ontem em sua casa, no Leblon. Rasi vinha se tratando nos últimos meses de um câncer no pulmão. Segundo familiares, o câncer já estava presente na vida do dramaturgo há pelo menos cinco anos. O dramaturgo havia retirado um tumor da bexiga e apresentado boa recuperação. Segundo uma das sobrinhas de Rasi, nos últimos dias, ele estava em casa, de cama, sendo monitorado por enfermeiros. No entanto, a morte de Rasi pegou a família de surpresa.

O velório acontecerá a partir das 8h desta quarta-feira, no Cemitério dos Ingleses, no centro do Rio. O enterro acontecerá às 12h. Rasi tem cerca de 100 familiares em Bauru. Boa parte deve seguir em direção ao Rio para o último adeus. Rassi nasceu em Bauru, interior de São Paulo, e morava no Rio de Janeiro há mais de vinte anos. O dramaturgo, no entanto, afirmou mais de uma vez que seu trabalho fazia referências à sua terra natal.

A família de Rasi sempre esteve presente em sua obra. Sua mãe, Pérola, e seu pai, Osvaldo, ambos já falecidos, principalmente. Sua mãe inspirou “Pérola”, uma de suas peças mais populares, que foi assistida por 300 mil espectadores. Osvaldo serviu de inspiração para a peça “O crime do doutor Alvarenga”. Suas crônicas, em O Globo, sempre eram em forma de cartas enviadas às tias que o criaram, que também lhe inspiraram no teatro. Rasi costumava dizer que as mulheres sempre foram muito importante em sua vida, que eram elas que lhe abriam portas.

Implacável autor de comédias e sátiras, que tinham o dom de descobrir cada detalhe divertido do cotidiano brasileiro, o trabalho de Rasi foi reconhecido no Brasil e no exterior. Rassi dedicou-se à música e ao teatro. Freqüentou aulas no Conservatório de Paris e se formou em piano. Aos 13 anos, no entanto, começou no teatro. Após a peça “Duelo do caos morto”, Antônio Abujamra o incentivou a escrever. Mas foi no Rio que fez carreira. O sucesso de Rasi começou a acontecer na década de 80. Entre suas peças estão “A cerimônia do adeus”, “A estrela do lar”, “Viagem a Forly”, “Ladies na Madrugada” , “O baile de máscaras”, “O crime do doutor Alvarenga” e “Pérola”, entre outras. “Batalha de arroz num ringue para dois” está em cartaz no Rio, sendo encenada pelos atores Cláudia Jimenez e Miguel Falabella. Rasi era um dramaturgo popular e também fazia sucesso com a crítica: foram ao todo 11 prêmios no teatro.

Em 1996, com “A dama do cerrado” e “As tias do Mauro Rasi” simultaneamente em cartaz, Rasi foi acusado pelos críticos de estar comprometendo seu talento para atingir um público maior. Na TV, escreveu para programas como “Armação Ilimitada” e “TV Pirata”.

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