O DJ curitibano Rafael Araújo, integrante do casting da agência Efeelings, está novamente em tour internacional. Durante o mês de julho, o DJ está numa série de apresentações que passam pela Inglaterra, Alemanha, França e Polônia. É a segunda incursão de Araújo, somente este ano, pelo grande celeiro mundial da e-music. Direto de Londres, o viajado DJ conta que a repercussão do seu trabalho vem sendo cada vez melhor.
Com um set bem abrasileirado, com produções próprias e de outros DJs do selo BR909, Araújo surpreendeu os europeus nas apresentações que já fez. Destaque para as festas Planet Zogg (Sheffield – Inglaterra), Automatik (Paris – França) e os clubes Kanty e No Mercy (Polônia).
Em sua quinta tour pelo velho continente, o DJ também já foi às compras e promete retornar ao Brasil com muitas novidades no case. Ele respondeu a seguinte entrevista:
Como o público britânico está reagindo ao seu trabalho?
O povo acha meio estranho de inicio. Esse ano vim com um som completamente brasileiro. Produções minhas, do Ilan e dos gringos que produzem para o selo BR909 (Dave The Drummer, KN e Darcmarc, entre outros). Toquei em Sheffield e a galera bombou. Nos outros anos, eu sempre alternava a seqüência do set com músicas inglesas e outros Technos. Agora somente coisa nacional. O Brasil atravessa um período legal aqui na Europa. Todos querem uma havaianas no pé!
Como foi sua apresentação na festa Planet Zogg?
Eu gostei e toquei em uma hora boa: no meio da noite. Era um dos headliners, juntamente com os caras do Mobile Dogwash (que por sinal estão com um Cluster recém lançado e fazem uma sonzeira Live PA!). O povo bombou. Me diverti, fiz novos amigos e é isso que importa.
Como os DJs brasileiros em geral são vistos na cena eletrônica internacional?
O Brasil está em alta por aqui e há muitos DJs brasileiros tocando na Europa. Os europeus gostam porque é um som fresco, diferente das vibes que estão acostumados. E é por isso que os DJs brasileiros estão se dando bem por aqui. Na DJ Mag deste mês, tem um cd mixado por Júlio Torres e Patife. Estamos em todos os lugares. Mas é preciso ser bom! Ser brasileiro ajuda, mas não determina o segredo do sucesso.
Você já tocou várias vezes fora do Brasil. Quais são as maiores diferenças entre o público europeu e o brasileiro?
Essa é a minha 5ª turnê pela Europa. Nos últimos anos tenho ficado mais acostumados com eles. O público do Brasil é muito mais festeiro do que o Europeu. Mas dependendo do lugar aqui, eles podem surpreender!
Você estava em Londres no dia dos atentados terroristas. Como foi essa experiência?
Cheguei duas horas depois que a última bomba explodiu. Foram quatro bombas no total. Demorei oito horas pra chegar em casa. Se fosse em um dia normal, demoraria no máximo uma hora. Não havia transporte em Londres: nem trem, nem metrô, nem ônibus indo para central London. No fim, depois de horas, a British Airways disponibilizou um ônibus, levando-nos até uma estação de trem que ia para Waterloo. De lá peguei um barco e fui pelo Tâmisa até a casa dos meus amigos. Enfim, foi uma aventura. Essas bombas de alguma forma afetaram sim o andamento das minhas gigs. Nos dias seguintes, haviam linhas do metrô suspensas e ônibus cancelados. No sábado (dia 9 de julho) acabei não conseguindo chegar em tempo para pegar meu vôo de Londres para Berlim. Perdi a gig…
Surgiram novos projetos ou parcerias com essa viagem?
Já estou com um número considerável de projetos rolando. Prefiro trabalhar e aprimorar os que já tenho. Então estou só fortalecendo os contatos. Mas nem cheguei no meio da turnê ainda, então não sei o que pode vir para frente. Aguardem!
E sobre o selo BR909? Qual a repercussão?
Está rolando. A maioria dos DJs com quem conversei conhece o selo. Isso é muito bom. Os gringos gostam de modo geral e até tentam cantar as músicas. É engraçado…
Como é a sensação de ouvir "Capoeira" tocada por DJs estrangeiros?
"Capoeira" foi produzida por Ilan e lançada pelo BR909 Records. Saiu recentemente um re-press dela aqui na Europa. Agora é só esperar a galera comprar e conferir a música bombando pelas festas do verão europeu. Alguns DJs de renome já estão tocando, como BK e Ed Real. É claro que é bacana poder ouvir eles tocando.
Quais novidades devem retornar em seu case?
Já corri atrás de alguns discos. Os novos devem aparecer, com certeza. Estou em Paris e nessa semana vou às lojas de discos daqui. Prometo voltar com muita música boa!