Depois de São Paulo e Rio, Seal apresenta em Curitiba sua turne System

Depois de 16 anos Seal está de volta ao Brasil apresentando a turnê de seu último álbum, intitulado System. O ganhador de três prêmios Grammy já passou por São Paulo, Rio e agora a Curitiba na próxima terça-feira. Ele encerra a turnê brasileira em Porto Alegre, na quinta-feira.

O inglês é um dos mais cultuados cantores da atualidade. Com a canção Amazing foi finalista do Grammy 2008 na categoria melhor performance pop. Além disso, o artista de 45 anos é casado com a badalada modelo alemã Heidi Klum que, inclusive, tem participação no álbum cantando com o marido a faixa Wedding Day.

O que aconteceu no tempo que passou entre o penúltimo álbum (Seal IV) e o último, System? O que mudou em você?

As coisas agora são diferentes. Agora tenho uma família. Tenho mulher e filhos maravilhosos, e isso me inspirou muito nesse álbum. É mais ou menos como uma autobiografia. O disco reflete como está minha vida. Acho que o mais importante quando você faz música é estar sempre com a mente aberta. As coisas acontecem melhor quando você está aberto para que elas aconteçam. E a minha família, especialmente meus filhos, ajuda muito a encarar as coisas de uma maneira, digamos, menos ?séria?. Isso foi minha maior inspiração .

Qual foi o impacto desses acontecimentos no processo de fazer o álbum?

É diferente quando você tem sua família, você não está mais sozinho e agora precisa analisar melhor sua agenda, organizar e priorizar algumas coisas. Passou o tempo em que quando tinha uma explosão de criatividade eu corria para o estúdio para trabalhar. Família vem sempre primeiro e é com ela que você quer passar o tempo que tem.

Como você acha que as pessoas vão encarar o System?

Eu espero que as pessoas não encarem minhas músicas com tanta seriedade, não é minha intenção. Claro que cada um entende a música de uma maneira, mas eu gosto de escrever em metáforas, não é tudo sempre preto no branco. Exceto Imacullate, que é uma faixa realmente mais direta, a maioria das canções foi escrita de maneira metafórica. Cada um entende como quiser, e isso é divertido, não é? Muita gente considera que o começo da minha carreira foi mais dançante, e era tempo de voltar a fazer isso porque esse estilo sempre esteve no meu coração. Gosto de dançar. Esse álbum, definitivamente, é um retorno às minhas origens. System é, basicamente, uma maneira de olhar para os diferentes tipos de sistemas e como nos encaixamos neles. Uma das inspirações foi um filme que vi, V de Vingança, é fantástico, eu adorei.

E quanto a Amazing, o primeiro single?

Quando você está feliz, você tem fãs, amigos e família ao seu lado. Quando está triste, é como se houvesse ratos, navios afundando e coisas queimando… Minha mensagem é que a chave é nunca perder a fé, que você é sempre maravilhoso, mesmo quando você pensa que é a pior pessoa, a menos popular. Existem outras poucas canções que são mais pessoais. A Dumb fala do sistema que envolve a amizade e traição. Quando uma pessoa é brutalmente traída, ela pode escolher: ser a vítima do sistema que foi criado ou apagar isso. Isso aconteceu comigo. Eu tinha um amigo, alguém em quem confiei e que, basicamente, me traiu. Mas é a vida. Ele terá de viver sabendo do que fez comigo e eu me recuso a ser uma vítima. Nada como uma boa canção para te ajudar a deixar de lado esses sentimentos negativos.

O que você pode nos contar sobre a música Wedding Day?

É uma das minhas preferidas neste trabalho. Eu a escrevi na manhã do meu casamento, foi minha melhor inspiração. Eu pensei em ?o que uma pessoa quer falar para a outra no dia de seu casamento?? especialmente no nosso dia. A música surgiu para eu me expressar e dizer à minha esposa como eu estava me sentindo feliz e o quanto aquele dia significava para nós. Foi um dia espetacular, fantástico.

E como foi fazer o dueto que fez com a esposa (a modelo alemã Heidi Kum) cantando Wedding Day?

Ela canta o tempo todo em casa com as crianças. Ela sempre canta as coisas que tocam nas rádios e fazemos muitas brincadeiras quando estou compondo. Mas ela canta muito bem, qualquer música que escolher. Sempre gostei do contraste da voz angelical que Heidi com a minha voz grave. Deram essa idéia de cantarmos juntos e eu reescrevi a música para fazermos um dueto. Ela foi muito bem, foi muito profissional e não parou de trabalhar até que ficasse muito bom. Não foi difícil.

Você tem três discos que levam seu nome…

Acho que você só dá título a um álbum quando realmente tem um significado. Honestamente, não consegui pensar em nenhuma palavra que os definisse bem. Human Beings foi um que eu gostei muito. Tem algumas coisas que me desagradaram, mas eram coisas técnicas. As pessoas consideram meu disco mais obscuro, mas eu acho que é o mais introspectivo e pessoal. Tenho muito orgulho dele porque foi muito difícil de realizá-lo. Mas, voltando aos nomes dos álbuns, acho que precisa ser algo que realmente defina bem aquele trabalho. System é um título muito inteligente porque estamos cercados por sistemas por todos os lados.

Você tem uma música preferida em System?

Gosto de todas elas. Quando viu Immaculate, Heidi me disse ?Você precisa desta canção?. É, realmente, a nossa história. Essa música é tudo em que acreditamos. Se tivermos de escolher uma música para definir nosso relacionamento, seria esta porque é o que diz realmente o que sinto sobre ela. Não só sobre nós, mas como nos encaixamos no sistema. Eu adoro o fato de esta música fechar o álbum. Living The Right Life foi minha preferida por um mês e meio porque é uma música que me leva de volta às minhas origens, em 1988/89. É uma música que me faz sentir bem. Mas eu gosto de todas as músicas. Não que seja minha favorita, mas se tem uma da qual fiquei muito orgulhoso é Wedding Day porque não precisei pensar e m nenhum momento como escrevê-la. Ela é o que é. E, além disso, tem minha esposa cantando comigo! É um privilégio ter uma esposa com quem você pode cantar junto. Eu e ela ficamos muito empolgados por podermos fazer isso. (Warner Music).

Serviço

Show Seal. Dia 1.º de abril, às 21h, no Teatro Positivo.

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