Da estirpe Moreira, nosso reitor

A família Moreira é um dos bravos troncos dos pinheirais, e uma de suas raízes frutificou na Praça Santos Andrade e assumiu o trono da cultura paranaense na Universidade Federal do Paraná: Carlos Augusto Moreira Jr., nascido em 30 de março de 1959, aluno do grupo Escolar Recanto Infantil, depois, do Colégio Estadual do Paraná e da Universidade Federal do Paraná, onde, em 2002, de aluno passou a reitor, vencendo eleição com vantagem de 3% na votação. Já para o segundo mandato (2006-2010), a vantagem subiu para 5%. Sinal gratificante!

Quando Moreira Jr. assumiu a UFPR, em 2002, ela possuía 16.500 alunos de graduação e, em Curitiba, 68 cursos; 2006, segundo mandato, 22 mil alunos de graduação, 69 cursos em Curitiba e dez no litoral, onde se instituiu um sistema vinculando a universidade com a vida da cidade, com alunos elaborando projetos para o litoral.

Ao assumir em 2002, a UFPR era a 5.ª colocada no ranking do Ministério da Educação; em 2004, passou ao quarto e hoje estamos no pódio, ao lado de Rio de Janeiro (1.º) e Minas Gerais (2.º).

A UFPR conta com o terceiro orçamento do Estado (R$ 900 milhões/ano), mantém três hospitais: Clínicas, Vicot do Amaral e do Trabalhador.

Sabiamente, Moreira Jr. lembrou que no frontispício da Universidade está inscrito: Universidade Federal do Paraná. Mas que era só de Curitiba. Hoje, atende 240 municípios com educação à distância, através de estúdio de TV, com professor-tutor para esclarecer dúvidas. Os cursos são de gestão pública, secretariado e pré-vestibular e, em convênio com a Secretaria de Justiça, o ensino à distância, via satélite, para penitenciárias do Paraná, uma singular idéia. Alguém lembra que o parque hidrelétrico do Paraná e do Brasil nasceu na UFPR, quando Parigot de Souza convidou cem professores e organizou o Centro de Hidráulica do Paraná. Na área de saúde, o transplante de medula óssea iniciou-se no Hospital de Clínicas, até hoje o maior centro do gênero da América Latina e o 5.º do mundo. Uma pesquisa da UFPR sobre cana-de-açúcar pelo cruzamento genético fez crescer 30% a produtividade de cana no Paraná, transformando-o no maior produtor de cana por hectare do País: US$ 300 milhões por ano. E, acreditem, a UFPR tem colocado recifes artificiais no fundo do mar para prejudicar a pesca de arrastão e dar mais vida aos peixes e proteção aos nascedouros.

Outro programa de realce é aplicado no Vale da Ribeira para erradicar o analfabetismo e prestar assistência médica e odontológica. Destaque também para o Projeto Campus Central da Universidade (enquanto Curitiba cresce até 5% ao ano em certas áreas, o centro decresce de 2% a 3%), pois se afastaram vários pontos comerciais, a maioria cultural. A propósito, no Vale da Ribeira está a maior proporção de gravidez de adolescentes do Sul do Brasil.

João Feder é jornalista e professor universitário.

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