Curitibanos encantam Santa Catarina

Um evento que deu certo. Esse é o resultado do Festival de Música de Santa Catarina (FeMuSC) que começou no último dia 29 e vai até o próximo domingo, em Jaraguá do Sul. Na comissão organizadora, três paranaenses: o diretor artístico Alex Klein, a diretora executiva Cloris Ferreira e o diretor pedagógico Daniel Bortholossi.

Para a organização, um sucesso absoluto. Para alunos e professores a possibilidade de trocar experiências, aprender e ensinar. ?O festival superou todas as expectativas. São alunos elogiando o alojamento e a comida; professores elogiando a infra-estrutura da Scar -sociedade Cultura Artística- e todos elogiando o grande nível musical dos participantes?, destaca o maestro e oboísta, Alex Klein. ?Nós tínhamos convicção que era algo novo. E o novo assusta. Mas nós ousamos e a ousadia deu certo? , afirma Cloris.

Cerca de 430 alunos vindos de várias regiões do País e do mundo estão presentes no FeMuSC. Todos com o mesmo objetivo: conhecer e aprender com grandes nomes da música erudita mundial. São dezenas de professores de orquestras brasileiras, como a do Paraná, do Rio Grande do Sul, do Teatro Municipal, da Paraíba e até de Chicago (USA), da Argentina e de Stuttgart, na Alemanha.

Para o maestro Daniel Bortholossi o grande sucesso do festival é a união de talentos com o objetivo de difundir ainda mais a música erudita na região Sul. Para isso, durante os 15 dias estão sendo formadas quatro orquestras sinfônicas, além de quarteto de cordas. ?Nós estamos fazendo algo que nunca foi feito: formar novas orquestras. E isso vai dar um brilho ainda maior para o festival?, garante o maestro.

Além da preocupação com a música, Alex Klein destaca que reunir uma juventude como essa é uma ótima oportunidade de ensinar diversos valores, entre eles a amizade e a troca de experiências entre as culturas. ?Nosso objetivo principal não é musical porque aqui estão reunidos os líderes musicais da próxima geração. E eles precisam também da habilidade para se conhecer e fazer novas amizades?, afirma.

Os alunos concordam. A flautista Jennifer Heinrichs, 21 anos, saiu de Curitiba com o objetivo de ter aulas com um dos mestres mundiais da flauta, o francês Michel Debost. Mas além de boa música, ela também acabou tirando outras lições. ?Além de aprender música, a gente aprende a conviver com pessoas diferentes, a saber como elas vêem o mundo e como são suas culturas. Uma boa oportunidade de convívio já que estamos todos juntos aqui?, explica a estudante.

E os planos dos organizadores não terminam com o festival. Uma próxima edição já está sendo estudada para o ano que vem. ?Nós vamos manter a chama acesa e a base vai continuar sendo Jaraguá do Sul. Mas dessa vez queremos abranger também outras regiões, já que temos inclusive o apoio do governo do Estado que já fez o repasse de R$ 350 mil para essa edição, diz Cloris. ?Já temos o convite não só do prefeito, mas do público para que esse festival seja anual?, garante Klein.

Além disso, os três diretores continuam com seus planos pessoais e musicais. O oboísta continua com a vida de ?músico viajante?. Ainda este ano ele se apresenta em diversas orquestras nacionais, além de tocar no Japão, Estados Unidos, Havaí, França e Israel. Bortholossi segue com a regência da Orquestra Sinfônica de Jaraguá do Sul e pretende desenvolver outras orquestras. Já Cloris Ferreira volta a Curitiba pronta para mais desafios. ?Nós não vamos parar. Quero realizar ainda esse ano festivais de dança, de cinema e de música de câmara. É uma nova era para a questão cultural.? E avisa: ?Curitiba tem que correr para não perder o bonde.? Mas em uma questão todos concordam. ?Valeu a pena?, repetem em coro. 

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