Curador fala das novidades da Bienal de SP

Que ninguém vá à Bienal de São Paulo esperando encontrar video instalações alusivas à guerra no Iraque ou aos ataques terroristas de 11 de setembro. Esta edição da terceira maior bienal do mundo teve o cuidado de não se politizar demais. Quem explica a opção é o curador Alfons Hug: “Queremos privilegiar a estética, e não a política. Nos últimos anos muitas exposições internacionais têm dado enfoque político à seleção de obras. Nós queremos reverter esse processo aqui em São Paulo”, diz Hug.

Assinando pela segunda vez consecutiva a curadoria da bienal, o alemão Hug acredita que esta 26.ª edição – que começa no dia 25 de setembro e vai até 19 de dezembro – será ainda melhor do que a última, em 2002.

“Estamos tendo um cuidado especial no design e na arquitetura da exposição – esclarece o curador, ressaltando que o prédio da bienal está em obras exatamente para se adequar ao formato da mostra”, confirmou.

Mas a melhor novidade desta edição, para Hug e para todo mundo que for visitar a mostra, é que a entrada será grátis: “A verdade é que a Bienal de São Paulo nunca foi muito elitista. Prova disso é que na última edição recebemos o número recorde de 670 mil visitantes. Mas é claro que a gratuidade vai atrair um público diferente, que provavelmente nunca esteve numa exposição de arte deste porte”, disse.

Com o tema Território Livre, a mostra gigantesca vai ocupar os mais de 25 mil metros quadrados do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera – reunirá trabalhos de 140 artistas de 60 países, divididos em três núcleos: representações nacionais, salas especiais e artistas convidados. O segmento de representação nacional apresentará o trabalho de artistas de 55 países, um por país. Hug explica que a seleção dos trabalhos pesa tanto o nome do artista quando a qualidade da obra em si.

Repetindo a decisão da edição passada, a 26.ª Bienal não terá um núcleo histórico, isto é, não trará, como fez em outros anos, retrospectivas de nomes consagrados do passado, como Wahrol e Goya, para citar alguns. Hug afirma que a ausência é, na realidade, benéfica para o formato da exposição.

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