Coreógrafo de High School Musical fala sobre novo filme

Em sua longa carreira como coreógrafo e cineasta, Kenny Ortega trabalhou com nomes como Gene Kelly, Francis Coppola, Michael Jackson, Cher, Elton John e Madonna. Mas seu maior sucesso até agora foi como diretor dos fenomenais filmes High School Musical, sendo que o terceiro deles, High School Musical 3: ano da formatura, chega aos cinemas de todo o Brasil e também dos Estados Unidos, em 24 de outubro.

High School Musical é um filme-musical adolescente da Disney Channel Original Movie, que conta a história de dois adolescentes (Troy Bolton, vivido pelo ator Zac Efron, e Gabriella, vivida por Vanessa Hudgens) que se conhecem e, na escola, descobrem a paixão em comum pela música. É considerado um dos maiores fenômenos da Disney e vendeu mais de 11 milhões de discos de sua trilha sonora em apenas dois anos.

High School Musical: ano da formatura nos reúne com os alunos Troy e Gabriella, do último ano do colegial, diante da perspectiva de se separarem ao escolherem universidades diferentes. Junto aos outros Wildcats, eles apresentam um elaborado musical de primavera que reflete suas experiências, esperanças e temores em relação ao futuro. Com novas músicas e incríveis números de dança, o filme promete muita diversão.

Kenny Ortega falou em entrevista exclusiva o que está planejando agora que High School Musical chega à telona. Os dois filmes anteriores estrearam somente no canal por assinatura Disney Channel.

P: O que está acontecendo na East High neste terceiro filme?

R: Estamos em um plano diferente no que se refere à história e às decisões que nossos garotos precisam tomar. Estamos na primavera, no final da temporada de basquete, então é um momento de transição e nossos personagens anseiam pelo futuro, pela universidade e pela vida após o colegial, e eles pensam no que vai acontecer com as amizades e os relacionamentos. Há uma fala no filme: “Todos sabem que não se leva um namoro além do colegial”, e isso é um grande problema para Troy e Gabriella.

P: Você não está afirmando que Troy e Gabriella vão se separar, não é?

R: [Risos] Esta é a questão: o que vai acontecer com eles agora? Mas, enquanto isso, nós finalmente conseguimos ver Troy e Gabriella se apaixonando neste filme. Na primeira edição da franquia, o relacionamento deles chegou apenas a duas semanas no fim do filme e eles eram calouros no colegial, então me pareceu apropriado terminar com um beijo e nada mais. No segundo filme, nós os vimos gostando de estar um com o outro. No número três, vamos assistir a seus sentimentos florescerem e se desenvolverem e isso é muito divertido.

P: High School Musical 3 será o primeiro dos filmes High School Musical a estrear no cinema. Isso fará diferença no que vemos na tela?

R: Nós temos mais dinheiro e um pouco mais de tempo, então este filme será maior e com mais dimensões. Você verá isso especialmente nos números de dança. Nós temos um número na quadra de basquete, em um telhado, em um ferro-velho, em uma casa na árvore e há uma ampla gama de estilos, o que foi muito legal pra mim. Tem um pouquinho de Broadway, um pouquinho de funk e hip-hop, e também de balé e valsa. Foi muito mais desafiante para todo o elenco. Conseguir dançar valsa corretamente é muito mais difícil do que as pessoas possam imaginar.

P: Todos os membros do elenco são dançarinos natos?

R: Eles estão lá na tela ao lado de dançarinos profissionais, então precisam estar em um nível similar. Eles vão, suam, caem e se levantam e continuam dançando até acertarem e todos eles melhoraram do primeiro filme para o seguinte, especialmente Zac. Quando Zac chegou, ele não era dançarino. Ele havia feito teatro musical no colegial, mas n&atild,e;o tinha de fato treinado. E agora, em High School Musical 3, ele é uma pessoa inteiramente diferente da que atuou no primeiro filme. Ele pulou, girou e realmente se esticou no chão e está mais intenso e mais técnico também. Trabalhar com ele na coreografia deste filme foi simplesmente a experiência mais eletrizante por que passei.

P: Como o enorme sucesso de High School Musical teve impacto no elenco? Eles mudaram?

R: Claro. Eles cresceram como pessoas e como atores e agora eles têm discos e turnês e outros filmes entre seus créditos. Certamente, no segundo filme havia esta sensação de: “Uau! O que está acontecendo aqui?” Mas em outros aspectos eles não mudaram nada. Eles treinavam, ensaiavam e chegavam no set preparados e animados com o trabalho. Eles não estão brincando ou se socializando; e, honestamente, digo isso com muita sinceridade, nenhum deles faz isso pela fama, nenhum deles. Fico muito feliz só de vir para o set trabalhar com eles.

P: Vamos voltar ao começo. Conte-nos sobre o processo da escalação do elenco no primeiro filme.

R: A única coisa que posso dizer é que no instante que vi Zac Efron e Vanessa Hudgens nos testes e os coloquei juntos, aconteceu uma química incrível e a ligação entre eles foi absolutamente perfeita. Nós fizermos alguns testes e o último durou sete horas – eles tiveram que dançar, jogar basquete, fazer improvisação, cantar, interpretar uma cena – e toda vez que eu tentava separar os dois e colocá-los com pessoas diferentes, não dava certo. No final do processo, todos nós – os diretores de elenco, o estúdio, meus produtores, todos -, dissemos: “Eles são fantásticos, eles são Troy e Gabriella e devem ficar juntos.”

P: Você já se surpreendeu com o fato de os filmes High School Musical terem caído no gosto popular quando em alguns aspectos eles são tão fora de moda?

R: Acho que há espaço para “Superbad” também! [Risos] Mas eu não acho que High School Musical esteja fora de moda, é só que ninguém fazia um filme assim há algum tempo, o que é muito diferente de estar fora de moda. O que aconteceu é que nós despertamos o anseio por uma certa inocência, uma certa fantasia, por esperança e alegria. As pessoas estavam prontas para ver isso de novo.

P: E como é a sensação de levar uma nova geração a curtir musicais?

R: Se de fato eu consegui isso, então não existe nada melhor. Sabe, meus pais se conheceram em um baile e minhas primeiras lembranças provavelmente são dos dois em casa, na sala de estar, dançando swing, salsa, valsa e eu ficava pensando: “Isso é amor, isso é felicidade”. Aquele sentimento na verdade nunca me deixou.