Copa desperta atenção de gravadoras

Gilberto Gil lança para Latino que mata no peito e corre em direção à grande área. Sai fácil de Zeca Pagodinho, dribla Ricky Martin, passa por Ivete Sangalo, mas é derrubado por Chico César. Falta. Falamansa e Fatboy Slim brigam para cobrar. Sabem que um gol ali será definitivo para o desempate de um jogo que decidirá quem, afinal, emplacará a trilha sonora da Copa de 2006.

A correria aos microfones começou. Ao lado de nomes como o grupo Revelação, o Falamansa encabeça o curioso disco virtual O Brasil na Copa, lançado pela gravadora Deck Disc e só vendido faixa a faixa na internet (www.imusica.com.br). Chico César compôs uma canção, Fatboy Slim tem um álbum verde e amarelo de remixes chamado Fala aí e Latino se dá bem com sua oportunista Meu gol de placa, que tem tocado nas rádios.

O meio-campo embola quando o técnico é o ministro Gilberto Gil. Seu atacante principal, em uma escalação delirante, é o próprio Saci Pererê, que aparece na tentativa do ministro de emplacar um hino oficial para o torneio com Balé de Berlim: ?Nossa nação chega a Berlim / Numa perna só / Moleque Saci / Uma perna jogando por tantos milhões / de corações curumins / Uma perna só para tantos olhos e pulmões / Tantos estômagos e rins / Tantos fígados?.

Fígado, estômago e rins em ordem, há o esquema tático de Latino. Sua canção, Meu gol de placa, usa termos do ?futebolês?? para justificar uma noite de sexo com uma garota que deságua em um exaustivo refrão: ?Nem blá-blá-blá, nem chô-rô-rô / Você deu mole, a bola entrou / Nem blá-blá-blá, nem chô-rô-rô / Você deu mole, a bola entrou?. Isso é repetido como um mantra até que entre no inconsciente do ouvinte e se torne, ao menos, o hit dos jogadores em concentração, carentes de suas amadas.

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