O Festival de Teatro de Curitiba é considerado como um dos grandes momentos para que as companhias possam mostrar seus trabalhos e ganhar ainda mais destaque. Exemplo disso é a peça Preto, que ganhou grande repercussão neste ano e agora está de volta a capital do Paraná, para uma temporada longa, a partir desta quinta-feira (2). Com Renata Sorrah no elenco, o espetáculo faz uma dura crítica sobre as diferenças (não só relacionadas ao racismo) e permite que as pessoas saiam da ‘caixa’ que costumam ficar.
Preto já fez temporadas bem-sucedidas em outras regiões do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, e já passou até por outros países como Alemanha. A montagem se articula a partir da fala pública de uma mulher negra, uma espécie de conferência sobre questões que incluem racismo, a realidade do negro e da negra no Brasil hoje, o afeto e o diálogo, a maneira como lidamos com as diferenças e como cada um se vê numa sociedade marcada pela desigualdade.
A ideia da Companhia Brasileira de Teatro que, por sinal, é de Curitiba, é fazer com que a peça mergulhe na investigação e na reflexão em torno das diferenças. A dramaturgia é assinada por Marcio em parceria com Grace Passô e Nadja Naira.
Além de promover essa investigação a respeito da rejeição das diferenças na sociedade – numa tentativa de expandir, pelo viés da arte, as percepções sobre o outro e sobre os espaços de convivência – a peça ainda aprofunda a reflexão sobre a imagem social, repensando como a sociedade se comporta e dá poder a essa imagem. Questionamentos do tipo “como eu me vejo?” ou “como o outro me vê?” acompanham o espetáculo.
O mote é esse: como reagir artisticamente diante da pluralidade cultural, política, étnica e racial?
Serviço
Preto
Quando: de 2 a 12 de agosto, quinta a sábado às 20h e domingo 19h
Onde: Teatro José Maria Santos, na Rua Treze de Maio, 655, no São Francisco, em Curitiba.
Quanto: R$ 40 (inteira), venda pelo Disk-Ingressos ou direto na bilheteria do teatro.