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Com crise, Rio de Janeiro abre carnaval econômico

Diferentemente dos desfiles dos últimos cinco anos, quando as escolas do Rio recorreram a enredos patrocinados para aumentar verbas e garantir apresentações luxuosas, o carnaval de 2009 assiste ao encolhimento de financiamentos. Nas apresentações deste sábado (22), a partir de 21 horas, e de amanhã, apenas a Grande Rio tem patrocínio. Empresas francesas, organizadas pelo executivo Alexis de Vaulx, despejaram R$ 8 milhões em troca de homenagem na Sapucaí ao Ano da França no Brasil.

No ritmo dos patrocínios, o carnaval carioca viu a Mangueira homenagear o frevo, num desfile bancado pela prefeitura do Recife; a Grande Rio enaltecer a história da mineração, com apoio da Vale do Rio Doce; e a Unidos de Vila Isabel cantar a latinidade, após receber US$ 1 milhão da Petróleos de Venezuela (PDVSA). Neste ano, a falta de compromisso com empresas ou prefeituras, no entanto, ajudou a soltar a criatividade.

Os enredos estão mais originais. A campeã Beija-Flor, que no ano passado cantou as maravilhas de Macapaba em troca do patrocínio da prefeitura de Macapá e do governo do Amapá, neste ano escolheu um enredo sobre o banho. No quesito originalidade de enredo, o Salgueiro é campeão – Renato Lage montou todo o desfile em cima do tambor. A Unidos da Tijuca também ousa, com Uma odisseia sobre o espaço. Em algumas escolas, contudo, a falta de patrocínio pode comprometer a qualidade.