Coleção de arte da Argentina será atração no Museu Oscar Niemeyer

Os artistas e obras mais representativos da Argentina poderão ser vistos na exposição Coleção Argentina de Arte Contemporânea, que será aberta no dia 5 de junho, nas salas 1 e 2, do Museu Oscar Niemeyer. As 129 obras, entre esculturas e pinturas, foram produzidas entre 1930 e 2006 e pertencem ao acervo particular de Alberto Elía e Mario Robirosa. Curitiba será a primeira cidade fora da Argentina a receber a exposição.

?A escolha das obras para esta mostra foi buscando as mais representativas da coleção?, confessa Alberto Elía, um ex-diplomata formado em Ciência Política, que deu uma guinada na vida ao comprar, junto com Robirosa no fim dos anos 70, um imóvel no bairro Recoleta, em Buenos Aires. Assim nascia a Galeria Elía-Robirosa.

Em 1990, a galeria se transformou na Fundação Alberto Elía-Mario Robirosa e continuou sendo o ponto de convivência de jovens artistas e nomes consagrados das artes plásticas daquele país.

Seleção

A coleção que chega a Curitiba é parte do acervo particular composto por 200 obras, reunidas pelos dois nos últimos 30 anos. Muitas das obras já foram expostas na Galeria ou na Fundação e hoje estão guardadas em um galpão devidamente adaptado para manter quadros e esculturas em perfeitas condições.

Entre os artistas que estão expostos no MON estão Fernando Cánovas, Marcia Schvartz, Maggie De Koenigsberg, Daniel Ciancio, Hernán Dompé, Fermín Eguía, Lorena Guzman, Gustavo Piñero, Pablo Suarez, Gabriel Grun, Julio Leparc e Noé.

As peças são em tela, bronze, gesso, papel, madeira, metal, papel vegetal e fotografia. O quadro mais antigo desta mostra é o Boxeador, um óleo sobre tela de Jorge Larco, pintado em 1930, símbolo da coleção.

O sucesso deste acervo está na diversidade de tendências e escolas. Tanto Alberto Elia como Mario Robirosa sempre apostaram e deram espaço para os jovens artistas que com o passar dos anos se transformaram em grandes nomes das artes plásticas argentina.

História

A variedade desta coleção revela aspectos da história da Argentina, como o período de ditadura pelo qual o país passou entre 1976 a 1983, período difícil para a comercialização de obras de arte.

Elía afirma que eles se arriscaram trabalhar com artistas desconhecidos até então, mas o resultado final foi estupendo. A solução foi mesclá-los nas exposições com nomes reconhecidos nas artes plásticas da Argentina.

A própria inauguração da Galeria, em 1980, foi um acontecimento. Em meio à ditadura, a abertura de um novo local de exposição de artes plásticas chamou a atenção da imprensa que considerou o ato como audacioso. Somou-se ainda o fato de eles exporem obras de artistas que estavam exilados. ?Foram momentos memoráveis?, recorda Elía.

Alberto Elía e Mario Robirosa

Quando retornou a Buenos Aires, depois e um período em Paris onde foi terminar seus estudos em Ciências Políticas, Alberto Elía decidiu que se dedicaria às artes. E começou com pequenas exposições em sua própria casa. Em 1977 propôs sociedade com Robirosa ? arquiteto e sociólogo – e criaram a Galeria Alberto Elía.

A primeira exposição reuniu artistas argentinos dos anos 50 e 60. Mas a abertura oficial da galeria só ocorreu em 1980. A política dos dois colecionadores se mantém até hoje: de expor jovens artistas e nomes consagrados no mesmo espaço.

No início dos anos 90 eles decidiram criar a Fundação Elía ? Robirosa que, além das exposições, também passou a editar livros. Neste período foram produzidos três livros.

Serviço:
Coleção de Arte Contemporânea Argentina ? Coleção Elía-Robirosa
Museu Oscar Niemeyer
Abertura: 5 de junho de 2007 às 19 horas
Aberto ao público de 6 de junho a 9 de setembro de 2007

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