Circo Místico, ano 20

Há 20 anos o Balé Guaíra revolucionou a dança no Brasil ao reunir balé, ópera, circo, teatro, música e poesia em O Grande Circo Místico. Passadas duas décadas, a montagem ganhou novos cenários, figurinos e nova concepção. Para comemorar a data, o Centro Cultural Teatro Guaíra realiza este final de semana uma série de apresentações da nova versão, que estreou no ano passado no Teatro Guaíra, e uma exposição sobre a primeira montagem, de 1983.

As novidades desta nova temporada serão a exposição comemorativa aos 20 anos, e a presença de 12,6 mil crianças e adultos de escolas públicas de Curitiba, Região Metropolitana e de Guaratuba. Para estas seis apresentações especiais no Guairão, a montagem não terá intervalo. “O intervalo dispersa as crianças, e fica difícil mantê-las em seus lugares”, explica a produtora Shirley Conceição. Ao todo serão 80 escolas municipais e estaduais desses municípios, com alunos a partir dos três anos de idade.

Baseado no poema homônimo do alagoano Jorge de Lima, sobre a família fundadora do Circo Nacional Suíço -os Knie – a primeira montagem teve direção de Emílio de Biasi e coreografia de Carlos Trincheirsa. A trilha sonora é assinada por Chico Buarque e Edu Lobo.

A nova leitura de O Grande Circo Místico tem direção coreográfica de Luís Arrieta, coreografias aéreas de Dani Lima e cenários e figurinos de Rosa Magalhães. Com a intenção de aprofundar as mudanças na parte mística do espetáculo, Edu Lobo alterou a parte instrumental da versão anterior.

Magia

Quando aconteceu a primeira apresentação de O Grande Circo Místico, Rodrigo Forno, Tom Lisboa e Ricardo Trento tinham entre 8 e 10 anos de idade. Eles se apaixonaram de tal maneira pelo espetáculo que, passados 20 anos, decidiram montar uma exposição comemorativa no saguão do Guairão.

Fotos, figurinos, cenários e adereços da primeira montagem integram a mostra, além de outras surpresas para o público. “É uma saudável viagem no tempo”, resume Rodrigo Forno, que é filho de um dos primeiros produtores da montagem de 1983. “Convivi diariamente com a concepção do Circo Místico, conta Rodrigo, que garante ter visto aproximadamente 100 apresentações do balé.

Mais de 90 fotos, coletadas dos acervos pessoais dos bailarinos, foram digitalizadas e estão inseridas no vídeo. Também foram gravados depoimentos dos bailarinos que participaram da primeira montagem, do diretor Marcelo Marchioro e da atual diretora do Centro Cultural Teatro Guaíra, Nitis Jacon. Outras 20 fotos, no tamanho 50×80, estarão expostas no saguão do teatro. A idéia é fazer um contraponto visual entre as duas versões. Foram escolhidas oito cenas do balé e, para cada uma, existe um equivalente entre as versões de 1983 e de 2002.

O processo de criação da segunda montagem foi acompanhado passo a passo pelo fotógrafo Tom Lisboa. “Tenho um arquivo com duas mil fotos. Por que tantas? Porque a beleza plástica deste espetáculo é fascinante.”

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Amanhã e no próximo final de semana, às 20h30 (sexta e sábado) e 21h (domingo), e de terça a quinta, para escolas. Ingressos a 10 reais. Informações pelo telefone (41) 322-2628.

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