Carolina Ferraz diz que está vivendo um momento zen

Entrar no meio de uma novela não é uma tarefa lá muito agradável. Na maioria das vezes, o reforço de última hora se sente meio deslocado, fora de ritmo, enquanto boa parte do elenco já está mais do que entrosado. Carolina Ferraz também pensa assim. Mas ela admite que seria impossível dizer “não” para Ana Maria Moretzsohn. As duas trabalharam juntas em “Estrela-Guia”, de 2001, a última incursão da atriz por novelas. Em “Sabor da Paixão”, Carolina interpreta Clarissa, uma bem-sucedida advogada que vai ajudar a desvendar os mistérios que cercam a vida de Jean Valjean, interpretado por Edson Celulari. “O ideal é pegar a novela do início ao fim. Mas, quando isso não acontece, procuro não criar expectativas. Sempre começo de salto baixo e sem jóias”, brinca.

Segundo Ana Maria, a participação de Carolina Ferraz estava prevista desde o início da novela. Por isso mesmo, ela pediu à direção da Globo que reservasse a atriz para “Sabor da Paixão”. Na mesma hora, descobriu que Carolina já estava reservada, há quase dois anos, para a próxima novela de Manoel Carlos. Como se isso não bastasse, Carlos Lombardi ainda entrou na disputa e solicitou a atriz para “Cubanakan”, a próxima das sete. Ao saber que três autores quase se engalfinharam para tê-la em suas novelas, Carolina mal consegue disfarçar a pontinha de satisfação. “Ai, meu Deus, que coisa boa! Todo mundo querendo trabalhar comigo… Eu só posso ficar feliz com isso…”, confessa, radiante.

No meio de uma guerra tão acirrada, Carolina Ferraz preferiu não se manifestar. Deixou que a Globo resolvesse o impasse por ela. “Sou apenas um soldadinho na linha de frente. Eles é que têm de resolver onde eu tenho de lutar. Eles me mandam para a trincheira e eu faço o melhor que puder”, diverte-se. Logo, a Globo resolveu que Carolina faria “Sabor da Paixão” até o final e, logo em seguida, reforçaria o elenco de “Cubanakan”, prevista para estrear em março. “Estou numa fase muito ?zen? da minha carreira. Se eu tiver de fazer, vou lá e faço. Na boa!”, garante.

Exílio

Mas, por enquanto, Carolina quer saber apenas de “Sabor da Paixão”. Na novela das seis, Clarissa e Jean se conheceram há muitos anos em Paris. Ela, então recém-casada e em plena lua-de-mel. Ele, um sofisticado dono de restaurante da capital francesa. Os dois só se reencontram anos depois, quando Jean salva Clarissa de morrer no desabamento de um antiqüário da Lapa. “A Clarissa vai tirar o Jean da amargura em que ela vive. É bom saber que um autor escreveu um papel pensando em você. Tenho a impressão que esse trabalho vai ser gostoso de se fazer”, arrisca.

Aos 33 anos, Carolina Ferraz volta à tevê depois de quase dois anos de “exílio voluntário”. Ano passado, ela pediu que a Globo a liberasse para investir em outros projetos, como teatro e cinema. “Expliquei que queria fazer outras coisas e eles compreenderam. A Globo foi impecável comigo!”, elogia. Durante o seu “ano sabático”, Carolina co-produziu o filme “Mater Dei”, escrito e dirigido pelos irmãos Diogo e Vinícius Mainardi, e estrelou o monólogo “Selvagem como o Vento”, escrito por Teresa Freire e dirigido por Denise Stoklos. Na tevê, limitou-se a participar de oito capítulos da minissérie “O Quinto dos Infernos”, de Carlos Lombardi, onde interpretou Naomi, a primeira amante do ainda Príncipe Dom Pedro, vivido por Marcos Pasquim.

Mesmo sem fazer novelas há quase dois anos, Carolina solta uma de suas deliciosas gargalhadas ao lembrar que esteve no ar o ano inteiro. Explica-se. A atriz marcou presença no “Vale a Pena Ver de Novo”, como a neurótica Paula, de “História de Amor”, e a fogosa Milena, de “Por Amor”, atualmente no ar. Embora quase não tenha tempo de ver televisão, gostou de rever algumas cenas “calientes” que protagonizou com Eduardo Moscovis em “Por Amor”. Nessas horas, ela não lembrava de outra pessoa senão da própria filha, a pequena Valentina, de 8 anos. “Ai, caramba! Olha lá a Valentina namorando o Nando. Às vezes, não sei mais se sou eu que me pareço com ela ou se é ela que se parece comigo”, diverte-se.

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