Caminhoneiro cego divulga livro em Cascavel

Depois de 22 anos de profissão, o caminhoneiro Marcos Agustinho deu uma guinada em vida. Acometido por um glaucoma genético, abandonou a boléia para se dedicar às letras. O seu primeiro livro "O Caminhonheiro – Este Herói Desconhecido" homenageia de forma poética os profissionais da estrada. Natural de Taió (SC), Marcos mora atualmente em Itajaí, porém ainda se considera um viajante. Já passou por diversas cidades de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo divulgando o seu trabalho.

Em cada local, a mesma tarefa: colocar a bengala na mão, alguns livros na bolsa e vendê-los de porta em porta. "É uma tarefa árdua, porém gratificante no momento em que as pessoas lêem as poesias e se sentem motivadas. Por onde ando, tenho recebido muitos elogios e é isso que me mantém na luta", explica Marcos, que viaja acompanhado da esposa, Marli.

Os poemas, segundo ele, refletem um pouco a sua experiência de vida, bem como os costumes, as tradições, as falas e as coisas do Sul. "É um trabalho educativo dirigido aos leitores em geral sem distinção de idade", diz o poeta, lembrando que o livro, editado pela Nova Letra, de Blumenau (SC), está em sua sétima edição.

Protesto

Sempre atento às questões da categoria, Marcos Agustinho aproveitou a publicação para tecer alguns protestos sobre a pouca valorização deste profissional, a péssima conversação das estradas, a falta de sinalização, os altos encargos, além da rotina cansativa dos caminhoneiros, que segundo ele, "viajam no mundo e passeiam em casa".

"Peço a todos os leitores que quando encontrar um caminhoneiro veja-o também como um pai de família, como um filho ou como um irmão. Ao aborda-lo, estenda-lhe a mão e aperte-a com carinho. Indague sobre suas viagens. Converse com atenção e amizade. Com este gesto fraternal, certamente você fará mais um amigo na vida e um irmão na estrada", conclui.

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