Bienal de Artes Visuais em Curitiba

Arte em todos os lugares, para onde quer que olhe. A 5.ª Bienal Latino-americana de Artes Visuais – Vento Sul vai levar ao público curitibano intervenções urbanas. Será a arte contemporânea em espaços públicos, prédios emblemáticos, ônibus e estações-tubo, além dos locais específicos de cultura e museus. O evento acontece de agosto a outubro e vai trazer para Curitiba obras de mais de 70 artistas, de 29 países, dos cinco continentes.

A bienal é uma iniciativa do Instituto Paranaense de Arte e organizado em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba, a Universidade Federal do Paraná e outros órgãos públicos. Neste ano, a edição recebe o título Água grande: os mapas alterados.

O nome tem inspiração no Rio Iguaçu, que nasce em Curitiba e atravessa o Paraná. Iguaçu, em guarani, significa água grande. A referência de mapas alterados é em relação às inúmeras modificações geográficas que o mundo vem sofrendo.

Os críticos Ticio Escobar e Leonor Amarante são os responsáveis pela curadoria geral da bienal. Eles contam com o auxílio de um conselho, formado por outros críticos.

A mostra vai reunir obras de artistas da África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Croácia, Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Guatemala, Índia, Inglaterra, Japão, Malta, México, Noruega, Paraguai, Peru, Portugal, Suécia, Uruguai e Venezuela.

“A Bienal de Curitiba é diferente das outras porque a tarefa de escolher os artistas e as obras é dos curadores. A partir desta definição existe a negociação com os países para viabilizar a vinda das obras e dos artistas. Por isso, as parcerias são fundamentais para a realização da bienal”, comenta Luiz Ernesto Meyer Pereira, diretor de planejamento do Instituto Paranaense de Arte e membro da equipe de organização da mostra. Os trabalhos para a realização desta bienal começaram em 2007.

Em Curitiba estarão obras de artistas consagrados e de importantes museus. Mas também haverá espaço para artistas emergentes. Os curitibanos não devem ficar assustados ao ver algo diferente em estações-tubo, terminais e até mesmo dentro de um ônibus.

O artista espanhol Cuenca, por exemplo, fará uma obra que consiste em um novo roteiro turístico pela cidade. Uma das jardineiras, que eram utilizadas antigamente pela Linha Turismo de Curitiba, será usada em um circuito formalizado pelo artista.

“O roteiro é a obra”, avisa Pereira. A jardineira sairá da Praça da Espanha, aos sábados, durante a mostra. As janelas externas do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná também vão sofrer a intervenção de um artista japonês. “No início, a bienal era mais voltada para os museus. A partir da quarta edição, voltou-se mais para as interferências urbanas. Agora, essas ações foram ampliadas”, afirma Pereira.

Estima-se que a última edição da mostra atingiu 1 milhão de pessoas em Curitiba. A expectativa é aumentar este número na quinta bienal. Paralelamente, haverá palestras e workshops, além de um programa audiovisual na Cinemateca de Curitiba. Os interessados em mandar propostas de videoarte podem fazer inscrições até o dia cinco de junho.

A 5.ª Bienal Latino-americana de Artes Visuais – Vento Sul vai selecionar algumas obras e apresentá-las em outras cidades, como Foz do Iguaçu, Fortaleza, Macapá, Londrina, Cascavel, Florianópolis, Assunção e Buenos Aires. Faz parte das comemorações do bicentenário das independências de Paraguai e Argentina. Também faz parte da programação oficial do Ano da França no Brasil.

A interação entre artistas e críticos do mundo todo permite a reciprocidade. Antes mesmo da bienal ser aberta, artistas cu,ritibanos foram convidados pelo crítico espanhol Fernando Castro Florez, que esteve na cidade recentemente. Juliana Stein e o grupo Interlux foram convidados para exposições na Espanha no primeiro semestre de 2010.

Mais informações sobre o evento no site www.bienalventosul.com.br

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