Bang Bang no aniversário da Gibiteca de Curitiba

gibi_capa.jpgA Gibiteca de Curitiba, primeira biblioteca brasileira especializada em história em quadrinhos e importante centro nacional formador de profissionais nessa área, está completando 23 anos de existência. Para comemorar o aniversário desse espaço democrático, que reúne ilustradores, designers, artistas plásticos, pesquisadores, professores, estudantes e amantes dos quadrinhos, a Fundação Cultural de Curitiba preparou a festa de lançamento do álbum Bang Bang, às 18h deste sábado (15), na própria Gibiteca.

Trabalho conjunto de desenhistas e cartunistas brasileiros e americanos, Bang Bang explora o "Velho Oeste" de maneira inovadora, modificando a imagem que todos costumam ter do cowboy. No álbum, que já teve lançamento nos Estados Unidos pela editora americana independente Terra Major, na última San Diego Comicon, os autores abordam temas fortes como o racismo e a violência indiscriminada do branco para com os índios. Ninguém é herói e ninguém é vilão nas páginas de Bang Bang.

A publicação reúne trabalhos de Shane Amaya, fundador da editora Terra Major; Bruno D?Angelo, ilustrador brasileiro que é diretor de arte da editora; Rafael Coutinho, filho do conhecido cartunista Laerte; Kako D?Angelo, Ricardo Giassetti, Fábio Cobiaco, Pam Noles, Jeremy Nisen, Jefferson Costa, Fábio Moon, Gabriel Ba, Rafael Grampá e Peov, entre outros.

Em Bang Bang estão dez histórias, com quatro delas ganhando destaque por serem longas: "Rio Abaixo" é sobre um oficial do exército americano envolvido num massacre de índios. Em "Stagecoach Mary" é contada a saga da mulher que dá título à história. A ficção "A Nova Liberdade" envolve Harry Houdini, o famoso mágico e artista de fugas. "Face de Índio", de Amaya e Gabriel Bá, é sobre uma relação inter-racial e os filhos gerados por esta união.

Referência nacional

A Gibiteca, uma das unidades da Fundação Cultural de Curitiba, nasceu em 1982, a partir de projeto idealizado pelos arquitetos Key Imaguire Júnior e Abrão Assad. Seu primeiro endereço foi uma das salas da Galeria Schaffer. Depois, em 1988, transferiu-se, para o Centro Cultural Solar do Barão, onde permanece até hoje.

Os 23 anos dedicados à divulgação e valorização da História em Quadrinhos consolidam a Gibiteca como referência nacional na formação de leitores e profissionais da área. O espaço não se limita a promover o empréstimo de gibis, ainda que disponha de mais de 40 mil títulos de todos os gêneros, mas abrange outras iniciativas, entre elas cursos, oficinas de criação, exposições, palestras, lançamentos e encontros de RPG, envolvendo o que há de melhor na produção brasileira e internacional.

Festejada como espaço dedicado a todos aqueles que reconhecem a importância das artes gráficas, a Gibiteca de Curitiba é a uma das bases da atual produção de quadrinhos em Curitiba, considerada uma das mais ricas do País.

Pesquisa

Toda a gama de gibis infantis, heróis, humor, terror, cartuns, fanzines, mangás e exemplares estrangeiros fazem do acervo da Gibiteca uma fonte valiosa para pesquisas. Nele estão guardados exemplares do personagem "Gibi", nome que mais tarde foi apropriado para designar as revistas em quadrinhos. Há também as primeiras edições de "Tico-tico" e "O Globo Juvenil" (os mais antigos são datados de 1942), as primeiras edições nacionais de Batman e Capitão América, da década de 1950, além de uma coleção completa do Pasquim.

O acervo cresceu por meio de doações de editores, colecionadores e do próprio público, formado por muita gente jovem e também por pesquisadores, estudantes e professores. Ao mesmo tempo, a Gibiteca estabeleceu um mecanismo de trocas com interessados, de modo que, além de montar seu próprio acervo, ela passou a colaborar para coleções particulares de gibis.

Dezenas de oficinas e cursos foram promovidos nesses anos, colocando a nova geração lado a lado com os grandes nomes da HQ brasileira, como Laerte, Angeli, Glauco, Luiz Gê, Primaggio, Malavoglia & Garfunkel, entre outros. Aos poucos, artistas curitibanos também foram despontando no cenário nacional e hoje têm seus desenhos e histórias estampados em páginas de jornais e revistas.

A Gibiteca editou 15 números do Gibitiba, dando oportunidade aos jovens desenhistas de mostrar suas criações. Quando completou o 15º aniversário, a Gibiteca mereceu uma edição comemorativa da revista Metal Pesado, na qual foram incluídos trabalhos de 23 artistas, muitos deles integrantes de uma nova geração que teve justamente a Gibiteca como centro de formação.

Serviço
Gibiteca de Curitiba
(Centro Cultural Solar do Barão ? Rua Carlos Cavalcanti, 533 ? Centro)
Lançamento do álbum "Bang Bang", com trabalhos de desenhistas e cartunistasbrasileiros e americanos
Dia 15.10.05 (sábado), às 18h
Entrada franca

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