O romancista mineiro Autran Dourado, autor de “Ópera dos Mortos” (1967), morreu aos 86 anos ontem, em sua casa, em Botafogo, zona sul do Rio.
Segundo familiares, ele sofria de problemas respiratórios crônicos e teve uma hemorragia estomacal nesta manhã, que o levou a morte. O corpo do escritor foi velado neste domingo em capela do cemitério São João Batista, também em Botafogo, e foi enterrado no local pouco depois das 16h.
Dourado havia ficado internado por cerca de cinco meses no Hospital São Lucas, em Copacabana, na zona sul do Rio, para tratamento de problemas respiratórios, segundo a família. Teve alta há dois meses e, desde então, estava em casa.
Dourado deixa a mulher, Lúcia Campos, com quem ficou casado mais de 60 anos, quatro filhos, dez netos e dois bisnetos. Academia Brasileira de Letras concedeu, em 2008, o prêmio Machado de Assis a Autran Dourado pelo conjunto de sua obra. Em 2000, veio o reconhecimento máximo, com o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa.
Waldomiro Freitas Autran Dourado nasceu em 1926 em Patos de Minas, no interior de Minas Gerais, cenário de grande parte de suas histórias. Formou-se em direito enquanto trabalhava como jornalista -foi secretário de imprensa da República durante o governo do ex-presidente Juscelino Kubitschek.
“O Risco do Bordado” (1970), “Os Sinos da Agonia” (1974) e “Confissões de Narciso” (1997), além de “Ópera dos Mortos”, estão entre suas obras mais importantes.