Assassino de Lennon queria “roubar” a fama dele

Depois de quase 24 anos do crime (8 de dezembro de 1980), o assassino do ex-Beatle John Lennon, Mark David Chapman, alegou que cometeu o crime numa tentativa de “roubar a fama” do ex-Beatle para deixar de ser um zé-ninguém. Ele fez esta confissão diante da junta que examinou e, por fim, rejeitou seu terceiro pedido de liberdade condicional.

Numa audiência anterior, há quatro anos, ele dissera algo parecido: “Eu me sentia um ninguém e achei que se o matasse me tornaria alguém.” Desta vez, ampliou sua avaliação. “Acho que sou um nada ainda maior hoje em dia porque me odeiam, em vez de sentir algo positivo por mim”, afirmou, segundo documentos da audiência liberados nesta quinta-feira.

Chapman está preso desde a noite de oito de dezembro de 1980 quando matou Lennon a tiros no momento em que ele chegava com a mulher, Yoko Ono, de uma gravação para o disco Milk and honey, que sucederia Double fantasy, sua volta vitoriosa ao disco após um período de cinco anos em que se dedicou exclusivamente a cuidar do filho Sean Ono Lennon, nascido em nove de outubro de 1975, por coincidência o dia de seu aniversário. Lennon alegou na época que não vira crescer seu primeiro filho, Julian, por causa dos compromissos com os Beatles, e não desejava repetir o erro.

O assassino disse que teria cometido o crime semanas antes, mas pensou na mulher e desistiu. Ele chegou a telefonar para ela dizendo que seu amor o salvara, mas tempos depois cedeu ao que chamou de “forte compulsão”. Ele afirmou ainda que fugiu durante muito tempo da imagem de Yoko olhando para ele através da janela no carro de polícia, que chamou de “experiência traumática”.

Na penitenciária de Attica onde cumpre pena, Chapman trabalha como auxiliar administrativo e faz serviços de cozinha. Diz que deseja dedicar-se à religião com a mulher e que já tem a garantia de emprego numa fazenda.

A sentença contra ele é de 20 anos a perpétua. Ele já tentou a liberdade condicional três vezes, mas Yoko e fãs dos Beatles se mobilizaram pedindo que continue preso. A viúva de Lennon disse que ela e o filho Sean não se sentiriam seguros com Chapman solto.

Voltar ao topo