Arte e ajuda comunitária caracterizam concertos do Coral Santa Clara

d4a.jpgO Coral Santa Clara surgiu em Almirante Tamandaré-PR, aos 14 de outubro de 2003, como ampliação do trabalho desenvolvido por seus componentes no bairro Jardim Belizária. A liderança do trabalho comunitário e a iniciativa do coral devem-se ao professor de História Renato Sofiati. O maestro Ahilto Fontoura, que está à frente do coral, conta com os seguintes componentes: Renato Sofiati, Joel S. de Souza, João T. de Lara, Antônio M. Pereira, Walkíria M. Bini, Doroti de S. Coelho, Margarida Colodel, Juvina Trevisan, Áurea Marodim, Elizabete Barbosa, Eliza de Miranda, Maria M. de Lara, Maria Benato, Ursula da Silva, Nair Martins, Sara Doriguello, Moisés Bini, Eloir Barbosa, Ronald Koslovski.

Tive a oportunidade de assistir a dois concertos, com repertório bastante variado, e fiquei admirado com o talento do coral, que se apresenta em festas, missas, formaturas, inclusive na reabertura do Shopping Estação em Curitiba-PR. Entres as apresentações programadas, o Centro de Convenções Edson Dalke está na agenda.

Resta-nos investigar quem é Santa Clara para sabermos qual a relação entre o nome da capela, do coral e o trabalho comunitário. Santa Clara (1193-1253) nasceu em Assis, Itália, e fundou a Ordem feminina Franciscana, popularmente conhecida como Clarissas ou Damas Pobres. Relata-se que o primeiro milagre de Clara, ainda em vida, aconteceu quando uma das irmãs da congregação estava à procura de esmolas para os pobres que freqüentavam o mosteiro e nada encontrou. Desanimada, foi consolada por Clara, que falou: "Confia em Deus". Quando a santa se afastou, a outra freira pegou o embrulho que trouxera e não conseguiu levantá-lo. Tudo havia se multiplicado.

Em outro momento, quando a cidade de Assis foi invadida pelos sarracenos, Clara pegou o cálice (com hóstias consagradas) e enfrentou o chefe deles. Dizia: Jesus Cristo é mais forte que vocês. Os invasores entraram em pânico e fugiram.

Em 1253, Clara assistiu a Celebração da Eucaristia sem precisar deixar o leito, por isso é aclamada Protetora da Televisão. (Santos da Igreja Católica, 2005).

Conversando com integrantes do coral, observo que entre Santa Clara, a capela e seu trabalho comunitário existe a mesma relação de solidariedade.

Segundo Doroti de S. Coelho, dentre os trabalhos desenvolvidos pela doação pessoal e por outras doações, os membros do coral ministram aulas de alfabetização, de bordado e promovem bingos, refeições comunitárias (sopões, risotos e quireras). Com o dinheiro arrecadado, contribuem com a comunidade na conclusão do centro comunitário ao lado da capela. Realizam campanhas de doações de roupas para instalação do bazar, no qual podem ser compradas peças por R$ 1,00. O lucro é revertido em benfeitorias para a comunidade e para o natal das crianças.

Como Santa Clara, as ações desenvolvidas pelo coral parecem multiplicar os benefícios e torná-los disponíveis a um maior número de pessoas, o que contribui com a melhora de sua qualidade de vida, especialmente se tomarmos em consideração as desigualdades existentes no País, no Estado e em Almirante Tamandaré.

Jorge Antônio de Queiroz e Silva é pesquisador, historiador, professor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

queirozhistoria@terra.com.br

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