Folhetim das 21h

‘Amor à Vida’ termina com primeiro beijo gay na Globo

A novela “Amor à Vida” chegou ao fim nesta sexta-feira (31) com um último capítulo típico de folhetim das 21 horas, com casamentos e muitos bebês. Mas o que atraiu a atenção dos telespectadores e tomou conta das redes sociais foi o primeiro beijo gay em novelas da Rede Globo.

O beijo foi ao ar em uma das últimas cenas do folhetim e foi protagonizado pelos personagens Niko (Thiago Fragoso) e Félix (Mateus Solano), que conquistou o público como o vilão da trama e fez com que os telespectadores clamassem ao autor por sua redenção.

A Globo já passou por uma polêmica anterior envolvendo beijo gay na trama das 21h. Em 2005, na novela “América”, de Glória Perez, Bruno Gagliasso e Erom Cordeiro chegaram a gravar sete vezes uma cena de beijo que foi cortada quando o capítulo final foi ao ar.

Em 2003, na novela “Mulheres Apaixonadas”, de Manoel Carlos, as personagens de Alinne Moraes e Paula Picarelli chegaram a se beijar, mas com uma delas vestida de homem para interpretar Romeo em uma peça teatral.

O primeiro beijo entre duas pessoas do mesmo sexo em telenovelas, sem artifícios, ocorreu em 2011, em “Amor e Revolução”, do SBT, de Tiago Santiago. Na oportunidade, o beijo ocorreu entre as personagens de Giselle Tigre e Luciana Vendramini. Posteriormente, o autor também tentou incluir na trama um beijo entre dois homens, mas o SBT vetou.

A pioneira

A primeira emissora a ousar exibir um beijo gay foi a extinta Rede Manchete, na minissérie “Mãe de Santo”, de 1990. Porém, a cena entre os atores Raí Bastos e Daniel Barcelos foi mostrada discretamente em um contra luz, sendo possível ver apenas quase uma sombra dos personagens.

A ousadia foi maior na novela “Guerra Sem Fim”, de 1993, com a união de dois personagens gays interpretados por Hélcio Magalhães e Paulão Barbosa. Os dois se casam no último capítulo, não se beijam, mas terminam bebendo champagne, na cama, com um deles vestido de noiva.