A música caipira paranaense

Alegria e talento. Estas são as palavras que melhor retratam a vida artística de Nhô Belarmino e Nhá Gabriela (Salvador Graciano e Júlia Alves Graciano), importantes músicos caipiras do Paraná. E estes são o ponto de partida que o diretor paranaense Geraldo Piola escolheu para retratar a vida desta dupla em um documentário-ficção descrito por ele como ?poético-musical?. O eixo central da produção Belarmino e Gabriela é um circo, o mesmo eixo que teve a vida do casal.

?Nhô Belarmino era considerado o salva-circos. Sempre quando algum circo ia mal eles o chamavam para fazer apresentações. Sempre lotava e o circo continuava bem?, contou o diretor. A história musical do casal começou no rádio. Salvador Graciano conheceu Júlia durante uma apresentação na rádio. No dia, Júlia saiu mais cedo do trabalho e foi acompanhar uma amiga para assistir às apresentações. Pouco tempo depois os dois se casaram.

Piola usa uma roda de caminhão para abrir sua produção que descortina em um circo. ?Aí começa a parte ficcional?, contou. O início do filme é justamente a abertura do espetáculo. O documentário-ficção se desenvolve num palco onde estão cantando os filhos do casal e a dupla caipira Viola Quebrada. O circo tem ao fundo pinheiros, árvore típica do Paraná. Segundo o diretor, a locação foi proposital para evidenciar a ?cara? paranaense da dupla.

O filme apresenta depoimentos intercalados com as cenas ficcionais. Um camarim com todos os objetos importantes na vida da dupla foi montado nos fundos da casa do filho do casal, Ivan Graciano. ?A alma deles está lá. Por isso os depoimentos foram gravados lá?, explicou o diretor. Ivan também fez a direção musical do filme.

O documentário tem 1h25 de duração e será lançado na próxima quinta-feira no Museu Oscar Niemeyer. Depois será exibido por pelo menos 20 dias na Cinemateca de Curitiba. A produção durou um ano, contando com o trabalho de pesquisa. Piola afirmou que a idéia surgiu em conjunto com o roteirista Altenir Silva em 1989, quando eles produziram o filme O candidato. ?Lá tem um personagem que liga o rádio e toca (a música) Mocinhas da cidade (que é de autoria da dupla). Daí começamos a pensar?, contou. O filme foi produzido com verbas do Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo 2006.

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