A Lenda do Tesouro Perdido: Livro dos Segredos

É certamente um prêmio para o produtor Jerry Bruckheimer e para o diretor Jon Turteltaub ter a participação da atriz, ganhadora do Oscar, Helen Mirren, em A lenda do tesouro perdido: livro dos segredos. A seqüência do filme de ação e aventura original, Livro dos segredos mais uma vez encontra Nicolas Cage em várias partes do mundo tentando desvendar mistérios arqueológicos e caçando um fabuloso tesouro há muito tempo perdido.

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Nicolas Cage e a bela Diane Kruger estão no elenco.

Desta vez, ele também tenta provar a inocência de um de seus ancestrais implicado no assassinato de Abraham Lincoln e junto nesta missão estão os membros do elenco que retornam ao filme: Jon Voight, Justin Bartha, Diane Kruger e Harvey Keitel, bem como os recém-chegados à franquia Mirren e Ed Harris. Mirren interpreta a professora de lingüística dra. Emily Appleton, que por acaso é mãe de Cage e ex-mulher de John Voight. Os três se unem na escalada ao Monte Rushmore e arriscam a vida na aventura que vai de Dakota do Sul a Washington, Paris e Londres. ?É sorte ela ser boa esportista?, diz o diretor de A lenda do tesouro perdido, Jon Turteltaub, sobre a atriz e rainha do cinema, ?porque ela mergulhou até o pescoço em água gelada, rolou na lama e se pendurou em cabos?. Em sua notável lista de créditos na televisão estão: O suspeito, inúmeros desempenhos aclamados em produções de teatro londrinas e os prêmios Globo de Ouro, SAG e Emmy pelo desempenho como a Rainha Elizabeth em Elizabeth I, da HBO. Aqui a atriz charmosa, engraçada e surpreendentemente pé no chão explica as alegrias de não decorar suas falas e porque agora é uma grande fã dos filmes de ação.

P: Foi difícil escolher o primeiro filme depois de ganhar o Oscar?

R: Eu estava fazendo Inkheart, que é um grande filme de fantasia junto com o processo do Oscar e eu acho que foi ótimo porque foi a antítese de toda a seriedade do Oscar. Não que eu não levasse o filme a sério mas era um filme divertido de se fazer. Então quando veio A lenda do tesouro perdido, eu não me preocupei em fazer a escolha absolutamente certa porque eu não senti nenhuma pressão. Meu trabalho não depende inteiramente da minha carreira no cinema e eu sempre passei com facilidade do cinema para televisão e o teatro. Também, eu gostei muito do primeiro A lenda do tesouro perdido.

P: O que gostou no filme?

R: Eu adorei o modo como ele disseminou e estimulou o interesse pela História. Era uma fantasia, é claro, mas muito bem pesquisada. E eu acho que este filme faz o mesmo que é andar no limite entre fantasia e realidade e abordar um momento fascinante da história do país usando isso como ponte para um grande filme, muito divertido. E também outra razão para eu estar muito feliz de fazer este filme foi pelo elenco: Nic, Ed Harris, Harvey Keitel, Jon Voight, que são atores ótimos e sérios. Eu achei que estaria com pessoas inspiradoras e isso era eletrizante.

P: Você começou o trabalho em A lenda do tesouro perdido poucas semanas depois de ganhar o Oscar. Foi tratada com alguma deferência especial?

R: Eu acho que fui tratada com mais deferência do que eu mereço [risos]. Mas se houve alguma deferência, eles logo deixaram de lado. Essas coisas não combinam comigo. Eu sou quem eu era antes e vou continuar assim e acho que se as pessoas se comportam de modo diferente, em primeiro lugar, eu não noto e, em segundo, elas rapidamente desistem porque logo percebem que eu não quero isso.

P: Você interpreta uma professora no filme mas não é daquelas que fica numa biblioteca o tempo todo?

R: Bem, eu interpreto uma especialista em línguas antigas, alguém que é brilhante em decifrar símbolos antigos e no início do filme desaprova a caçada a tesouros, considera uma total perda de tempo. Mas então ela é levada a fazer isso.

P: Você faz um papel como este do mesmo modo que faz um filme como A Rainha?

R: Não há tanta pesquisa mas obviamente é preciso ter uma história anterior e saber de onde você veio. Em vez que interpretar uma professora estilo mestre eu queria fazer uma mulher que tivesse passado muito tempo em campo e que fosse capaz de acampar na Etiópia durante meses se necessário: uma dessas mulheres fortes que se encontra com freqüência no mundo a antropologia ou da natureza.

P: E ela é ex-mulher de Jon Voight e mãe de Nicolas Cage?

R: Sim, mas está separada do personagem de Jon Voight há quase 30 anos. Eles têm um relacionamento bastante turbulento. Eles não podem nem ficar numa sala juntos por mais que poucos minutos sem se provocarem, o que, é claro, é muito mais divertido de se interpretar do que um casamento feliz [risos].

P: Como se sentiu ao ser convidada para interpretar a mãe de Nic Cage? Consegue ver alguma semelhança física?

R: Não, de forma alguma! Na verdade, não psicologicamente. Eu não sou muito do tipo maternal. Não consigo me ver como a mãe de ninguém.

P: E como é trabalhar com ele? Vocês formam uma boa dupla?

R: Ele é livre, criativo e ousado. Sabe, ele tem um coração selvagem [risos], o que é fabuloso. Eu sou bem britânica e pergunto: o que posso fazer? E então tento fazer o melhor que posso. Ele não está preso nesse sentido. Ele trata as coisas de um ângulo inesperado.

P: Este filme tem uma grande escala e cenários incríveis tais como uma enorme rede de cavernas submersas. O tamanho do filme a impressionou ou já viu tudo isso antes?

R: Não, sempre tem um fator surpresa quando se chega num estúdio de som e tem tantos momentos como este no filme. Filmar em Dakota do Sul foi incrível. Todos nós, incluindo Nic e Jon Voight, achamos que tínhamos muita sorte por termos um trabalho que nos levasse a lugares como esses. E o mesmo quando entro nos cenários do estúdio. Talvez seja meu histórico de teatro mas eu adoro trabalhar em estúdio e adoro grandes cenários.

P: Atores sempre reclamam de se sentirem subordinados aos efeitos especiais e aos cenários em grandes produções como esta. Você concorda com isso?

R: Bem, eu acho que o tamanho da produção é um fator. Sabe, só a escala da construção, seja um cenário pronto ou não, como ele é – você precisa adaptar sua interpretação e seus diálogos ao ambiente. Mas esse é o nosso trabalho como atores: fazer o ambiente ganhar vida de alguma forma, seja numa sala de estar ou num templo antigo. Você não pode ser um boneco de madeira andando por um grande cenário porque no final das contas é com a história humana que o público vai se identificar.

P: Jon Turteltaub mencionou que você se surpreendeu pelo fato de que o roteiro deste filme estivesse sempre sendo revisado e aprimorado. Isso supostamente não é o que acontece com a Royal Shakespeare Company?

R: Não usualmente, não [risos]. Mas eu aprendi a lição no meu primeiro dia aqui. Passei três semanas decorando minhas falas e quando cheguei para filmar eles me deram um roteiro totalmente diferente com diálogos novos. Na verdade, acabou sendo um alívio incrível porque parecia que eu tinha passado os últimos cinco anos apenas decorando falas. E isso dá uma qualidade totalmente de improviso na coisa toda e uma vivacidade verdadeira, o que é ótimo. É meio Robert Altmanesque [risos].

P: Jerry Bruckheimer é provavelmente o produtor de cinema mais bem-sucedido do mundo neste momento. Isso significa que ele é ocupado demais para estar presente no set?

R: Não, ele é muito presente. Não o dia todo, todos os dias no set, mas provavelmente todo dia em seu escritório e ele está sempre muito envolvido no desenvolvimento de uma cena em particular. Eu nunca trabalhei com ele antes mas as pessoas me disseram que era divertido trabalhar em um filme de Jerry Bruckheimer, embora, para ser sincera, eu esperasse que fosse intimidador e que ele tivesse uma atitude bastante rígida. Mas ele é o oposto. Ele é muito acolhedor e encorajador e você não sente como se estivesse sob o microscópio da crítica de jeito nenhum. Ele tem muito respeito pelos atores.

P: É sabido que atrizes consideram difícil conseguir bons papéis depois dos 40 anos de idade mas sua carreira nunca esteve melhor. Isso a surpreende?

R: Há muito poucas de nós para começar! E, ao contrário, eu acho que se você ficar firme e tiver sorte de conseguir oportunidades fora da linha do rosto bonito e jovem e conseguir fazer seus papéis crescerem com você então você pode ir longe. Pessoalmente, eu acho que é o mesmo com os homens: pessoas podem ter problema em conseguir subir num palco, fazer essa transição. Uma das razão de eu admirar tanto Leo DiCaprio, além do fato de ele ser um ótimo ator de cinema é que ele forçou o mundo a olhá-lo como adulto o que certamente não foi fácil depois de Titanic.

P: Algum plano para o próximo filme depois de A lenda do tesouro perdido?

R: Eu quero uns meses de folga. É claro, metade de mim ainda espera que algo fabuloso apareça e outra metade espera que não.

P: Que tal outro filme de ação?

R: Sim, não seria ótimo? Agora eu adoro filmes de ação. Talvez seja só esse gênero que eu faça de agora em diante.

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