Zetti coloca em campo a equipe principal

O filé mignon fica pra mais tarde. Depois de cinco rodadas envolvidos apenas com a Copa Libertadores, os titulares do Paraná Clube voltam amanhã a roer osso no esfarrapado Campeonato Paranaense. O técnico Zetti confirmou a escalação do time A diante do Iguaçu, amanhã, na Vila Capanema.

Na última vez em que atuou pelo Estadual, em 27 de janeiro, o grupo principal do Paraná deixou boa impressão -sem dificuldade, meteu 5 x 2 no Londrina pela quinta rodada e assumiu a liderança do Estadual, então com um jogo a mais que a maioria dos adversários. De lá para cá, o Tricolor usou somente reservas ou juniores, e teve desempenho irregular: duas derrotas, dois empates e apenas uma vitória, diante do Rio Branco, domingo. Agora o time está em nono, com dois jogos a menos que os concorrentes.

Preocupada com a integridade física dos atletas que disputam a competição mais importante da história do clube, a comissão técnica preservou o elenco principal o máximo que pôde. Agora, uma semana depois do último jogo, Zetti entende que é o momento adequado de relançar os titulares. ?Escalamos contra o Rio Branco quem estava em melhores condições. Quem não jogou teve um descanso merecido e poderá voltar bem?, falou o técnico.

O período de descanso também serviu para o aprimoramento tático e técnico dos titulares, que até agora pouco haviam treinado, pela seqüência de jogos e viagens. ?Estamos bem descansados. Com a folga, pudemos trabalhar até alguns fundamentos?, falou o atacante Josiel, que disputou somente um jogo pelo Paranaense – exatamente a goleada sobre o Tubarão, quando marcou três gols.

Josiel forma o ataque com Lima, já que Henrique sofreu lesão no joelho e tem volta prevista no próximo compromisso pela Libertadores, contra o Flamengo, em 14 de março. De resto, o time que pega o Iguaçu será o mesmo que enfrentou o Real Potosí na quarta-feira passada. Diante do Roma, na quinta, Zetti volta a usar a equipe B.

No TJD, por culpa da FPF

A 3.ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) julga hoje a denúncia contra o Paraná Clube pela utilização de três jogadores contra Cobreloa, em 7 de fevereiro, e Cianorte, no dia seguinte. Apesar de o próprio presidente do Tribunal ter adiantado a provável absolvição, o Tricolor mostra indignação e já se previne contra novos problemas.

De acordo com a denúncia, o Tricolor desrespeitou o artigo 66 do Regulamento Geral das Competições da CBF, que determina intervalo mínimo de 66 horas entre uma partida e outra. Os volantes Goiano e Xaves e o atacante Lima disputaram as duas partidas, mas os três atuaram poucos minutos diante do Cobreloa.

O Paraná foi denunciado por infração ao artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (incluir atleta que não tenha condição legal de participar de partida), que determina perda de seis pontos e multa de até R$ 10 mil.

O Tricolor revolta-se contra o julgamento e o considera absurdo, pois apenas cumpriu a tabela determinada pela própria Federação. ?E ainda notificamos a FPF, que autorizou por escrito a utilização dos atletas?, falou o vice-presidente jurídico tricolor, Luiz Carlos de Castro.

O presidente do TJD-PR, Lourival Barão, adiantou ontem que o Paraná não será punido se apresentar a autorização dada pela FPF. Mas o julgamento e a intervenção do presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Paraná, Nivaldo Carneiro, que quis saber a condição dos jogadores, levam o Tricolor a tomar suas precauções. Amanhã e quinta-feira, novamente o clube enfrenta dois jogos consecutivos, diante de Iguaçu e Roma. ?Uma idéia é pedir adiamento do jogo contra o Roma. Se não for possível, orientaremos a comissão técnica a usar dois grupos distintos e não repetir nem mesmo os reservas?, afirma Castro.

Paraná terá que indenizar Marquinhos Ferreira

O Paraná Clube foi derrotado em última instância num processo que se arrastava há sete anos, movido pelo ex-meia Marquinhos Ferreira. Por unanimidade, a 2.ª turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que o Tricolor terá que indenizar o ex-jogador por desrespeito ao contrato de trabalho.

Na ação trabalhista ajuizada em fevereiro de 2000, Marquinhos alegou não ter recebido os 15% do antigo passe quando foi envolvido em negócio com o Coritiba, em janeiro de 2004 (ele, o lateral Balu e o atacante Polaco foram trocados pelo volante Hélcio), no valor total de 250 mil dólares. Segundo o jogador, além de o dinheiro não ter sido pago, o clube depreciou o valor de seu passe propositadamente para reduzir sua parte na indenização.

O Paraná contestou, alegando prescrição do direito de ação e evocando decisão favorável ao clube em ação semelhante julgada pelo Tribunal de Justiça Desportiva Paranaense.

Mesmo depois de decisões favoráveis na 10.ª Vara do Trabalho de Curitiba e no Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região (Paraná), o jogador recorreu no TST pedindo o fim da redução de 60% no valor de indenização por já ter mais de 30 anos à época.

O TST negou o pedido, mas manteve o valor anterior.

O TST e o Departamento Jurídico do Tricolor não informaram quanto o clube terá que pagar ao ex-jogador.

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