Weggis “se livra” de porcos pela seleção

Weggis, Suíça (Ag. Placar) – Se a seleção brasileira conquistar o hexacampeonato mundial na Alemanha em julho, a ausência do cheiro de porcos na pequena vila suíça onde a equipe vai iniciar sua preparação terá tido contribuição. A cidade de Weggis, às margens do lago Lucerna e com quatro mil habitantes, está se preparando para receber as estrelas brasileiras a partir de amanhã para as duas primeiras semanas de treino visando o mundial.

Os preparativos no vilarejo incluíram a construção de um estádio com capacidade para 5.000 torcedores sentados, um campo de treinamento coberto, uma academia de ginástica e um centro de imprensa – além da remoção de 300 porcos de uma fazenda vizinha ao estádio. "Na verdade foi minha idéia que os porcos fossem removidos", disse o fazendeiro Alfred Stoeckli, enquanto operários davam os toques finais no campo.

"Algumas pessoas da delegação brasileira já estiveram aqui inspecionado o local. Eles não disseram nada sobre a fazenda, mas sei que o cheiro pode ser muito ruim quando o vento está soprando. E eu não queria que nenhum jornal escrevesse que a preparação da seleção brasileira estava sendo prejudicada pelo cheiro dos meus porcos", acrescentou.

O conselho local rapidamente acertou uma compensação de 9.000 francos suíços (7.350 dólares) a Stoeckli para garantir que os porcos fossem mandados para outro lugar. Outros ajustes também foram necessários para o local se adequar à lista de exigências da seleção brasileira.

Objetivo

"Se você compara o que eles pediram com o que é necessário para se conquistar a Copa do Mundo, então acho que você verá que os pedidos foram todos feitos com esse objetivo em mente", disse Philippe Huber, chefe da empresa de marketing esportivo responsável por levar o Brasil a Weggis. "Não existem pedidos por Bentleys de ouro ou coisas desse tipo, mas eles exigiram um campo de treinamento excelente, por exemplo, ou a possibilidade de uma academia de ginástica próximo do campo".

Também houve um incentivo em dinheiro, com a empresa de Huber tendo pago 1,2 milhão de dólares à CBF para explorar comercialmente a presença da seleção em Weggis. Além disso houve um investimento de 1,3 milhão de dólares – financiado principalmente por uma empresa local que fabrica máquinas de café – para transformar o campo de futebol amador num estádio para cinco mil pessoas, totalmente dentro das especificações da Copa do Mundo. Isso inclui desde o tamanho do campo até o tipo de grama utilizado. Acomodação, transporte e custo de segurança (este último descrito por Huber apenas como "muito grande") também ficaram a cargo dos organizadores e patrocinadores.

Jogadores se "isolam" antes de viajar à Suíça

Marcos Rogério Lopes

São Paulo (AE) – Nos dias que antecederam a apresentação da seleção brasileira, os jogadores seguiram regras comuns. Fugiram da imprensa o quanto puderam e buscaram forças ao lado de pais, mães, filhos e outros parentes. "A hora agora é de relaxar, recarregar as baterias e ficar perto da família para poder se concentrar para essa viagem longa, de 50 dias", disse o lateral-esquerdo Roberto Carlos, jogador do Real Madrid.

Roberto Carlos descansou em Araras, interior paulista, para onde foi o mais rápido possível após a convocação. Correndo também Gilberto, do Hertha Berlin, viajou para o Rio, onde comemorou com a família o fato de ter sido lembrado pelo técnico Carlos Alberto Parreira.

O meia Juninho Pernambucano se escondeu em praias próximas a Recife para ficar longe dos repórteres e perto dos familiares. "Quando estou de férias, coisa rara nos últimos tempos, eu relaxo fazendo o que não faço na Europa. Vou à praia, ando descalço em casa e na rua", contou o jogador do time francês Lyon.

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