Washington Júnior: herança bendita

Antes de formar o Casal 20 com Assis, na década de 1980, Washington chegou a ser renegado pelos grandes clubes da Bahia. Começou no Galícia, não teve oportunidade na capital e foi brilhar longe com as camisas de Atlético e Fluminense. O início de sua trajetória é de certa forma similar a do seu filho, que jogará o Paranaense 2011 pelo Arapongas.

Carioca de nascença, Washington Júnior está com 22 anos e tenta recuperar no interior do Paraná o tempo perdido. Com 14 anos, deixou de integrar a base do Fluminense para passar mais tempo perto de seu pai. “Fiquei apenas quatro meses”, relembra.

No Atlético, o filho do craque não teve oportunidades. Se disse pouco valorizado e cogitou um acordo na Justiça para poder sair. “Foi uma passagem meio apagada, pois havia mais jogadores caros e de nome. Cheguei a ser emprestado de graça. Mas sonho em voltar um dia”, lembra Washington Júnior, que na base chegou a jogar com atletas como Jadson e Fernandinho. “Quero dar a volta por cima”, fala o jogador, também sonhando com um possível estrelato no futebol paranaense. “Mas não gosto de usar o nome do meu pai para isso. Ele fez a carreira dele, é reconhecido e aclamado onde passa no Rio de Janeiro e em Curitiba. Eu busco meu espaço”, ressalta Washington Júnior.

Com 1,93m de altura, o filho de Washington espera fazer pelos gramados do Paraná o que seu pai tanto fez pelo Brasil. “Quero ser o artilheiro do campeonato. Desde pequeno ele me ensinava a cabecear pra marcar gols. Mas pra chegar ao nível do meu pai vai ser difícil”, admite Drama

Ao falar da grave doença degenerativa desenvolvida por seu pai, a esclerose lateral amiotrófica, o jogador chega a se emocionar. “Não gosto de saber que deixei meu pai naquela situação. Mas tenho dois filhos pra criar e tive que encarar esse desafio.”

Atualmente, Washington Júnior vive em uma república em Arapongas. Antes de dividir moradia com os companheiros de time, ele morava com seu pai em uma casa no Capão da Imbuia, em Curitiba. “Tudo isso que estamos passando é um momento muito difícil. Mas também é um momento de superação”, lembra Washington, o filho, que em casa tem como programa preferido assistir o DVD com as imagens de seu pai, no dia conhecido como Washington Day. “Lembro até hoje do momento em que a cadeira de rodas era empurrada e toda torcida gritava o nome dele. É inesquecível.”

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