Vôlei brasileiro enfrenta síndrome das quartas-de-final

Agora é eliminatório. O basquete masculino e feminino e o vôlei feminino tropeçaram exatamente nessa fase, as quartas-de-final, em seus Campeonatos Mundiais, disputados esse ano (com edições a cada quatro anos). Nos Jogos Eqüestres Mundiais, o Brasil não ficou entre os 25 melhores conjuntos no individual e por equipes. A seleção brasileira masculina de vôlei (1ª colocada do Grupo J) terá a Itália (2ª do G) como adversária na próxima etapa do Mundial, na Argentina. Se ganhar, pelo menos, igualará a campanha de 1998, no Japão, quando terminou em 4º (o melhor resultado é a medalha de prata, em 1982, na Argentina). O confronto será nesta quarta-feira, às 18h30 (horário de Brasília), com transmissão do SporTV, no ginásio Orfeo Superdomo, em Córdoba. No mesmo local, às 16 horas, a Iugoslávia (1ª do K) enfrentará Portugal (2º do H).

Na chave com sede em Buenos Aires, a Argentina, que venceu os italianos por 3 a 1, na noite de domingo, e terminou na liderança do Grupo G, pegará o segundo colocado da chave J, a França. O jogo será 21 horas, no Luna Park. Rússia (1º do H) e Grécia (2º do K) disputam a outra vaga para as semifinais às 18h30, no mesmo local. Assim como na Liga Mundial, os russos começaram a competição com apresentações irregulares (perderam para a Bulgária e França na primeira fase e só derrotaram Polônia e Espanha no tiebreak, na segunda etapa), mas avançam rumo à final – ganharam do Brasil na decisão da Liga, em Belo Horizonte.

Esta segunda-feira foi dia de viagens para algumas das delegações. O Brasil deixou Santa Fé e passou por Buenos Aires para chegar a Córdoba – local onde jogou na primeira fase: 1195 quilômetros. Não há vôo direto de Santa Fé para Córdoba (são 340 quilômetros, completados em cerca de 5 horas em ônibus leito). A seleção, que até domingo à noite não sabia se iria jogar em Córdoba ou Buenos Aires, treinou à noite.

A maior surpresa do torneio – sem contar a eliminação na primeira fase dos cubanos e, na segunda etapa, dos norte-americanos – é Portugal. A seleção é formada por estudantes e por jogadores que se dividem entre o trabalho e a quadra. Disputaram somente um Mundial, em 1956, porque a Federação Portuguesa foi uma das fundadoras da Federação Internacional (FIVB). Ficaram em 15º. Além disso, não sabem o que é Olimpíada e lutam para disputar novamente o Campeonato Europeu – em 1948 e 1951, também como convidados, ficaram em 4º e 7º respectivamente.  

?Vamos voltar ao Europeu?, garante o técnico cubano Juan Diaz, que assumiu o comando da seleção de Portugal há dois anos – quer também levar a seleção à Olimpíada de Atenas, em 2004. Explica que na primeira fase do Pré-Europeu ficaram em primeiro lugar do grupo (conta também com Eslováquia, Ucrânia e Turquia). Se repetirem a façanha na segunda fase, conquistam a vaga.

?Gosto de desafios, de trabalhar com jovens. Uns dizem que sou louco, mas…?, suspira o treinador, que trabalhou à frente da seleção masculina de Cuba de 1994 a 2000 – conquistou um ouro, três pratas e um bronze na Liga Mundial e ficou em 3º no Mundial do Japão (1998). 

Juan afirma que a maior dificuldade foi acostumar os jogadores com o ritmo de treinamento. Em Portugal, treina-se uma vez à noite, após o expediente. É o quinto esporte na preferência do público (atrás do futebol, hóquei sobre patins, basquete e handebol).

O objetivo era terminar o Mundial entre os 16 melhores (a competição começou com 24 seleções). Já estão entre os 8 venceu a Espanha (3 a 2) e a Polônia (3 a 1) na segunda fase e China (3 a 1) e Austrália (3 a 1) na primeira etapa. ?Que coisa estarmos aqui! Acho que não caiu a ficha ainda?, declarou Hugo Gaspar, de 20 anos, o destaque do time, que estuda para ser médico. É o quinto maior pontuador do torneio (96 pontos) e o oitavo atacante – o líder nas estatísticas é o brasileiro André. ?Gostaria de ser jogador profissional. Quem sabe um dia.?

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